Minha filha tem intolerância à lactose. Descobrimos há uns 2 meses. Estamos no período de desintoxicação para, depois, verificar qual o limite exato dela para laticíneos. É a “doença da moda”. Uma infinidade de gente com problemas digestivos crônicos, nunca antes diagnosticados, estão sendo enquadradas como deficientes na produção de lactase (enzima de nosso corpo que processa a lactose — é como a insulina para o açúcar).
Além dos alimentos óbvios que estão na lista negra, como iogurte, queijo, manteiga e o próprio leite, outros que nem imaginamos precisam ser verificados. A visita ao supermercado agora leva três vezes mais tempo, pois tenho que ler a listagem de ingredientes de todas as embalagens. Todas as maioneses industriais que encontrei têm ácido lático. A maioria das margarinas também. Pães de sanduíche tem soro de leite. Os mais variados tipos de biscoitos idem. Até os de água e sal têm. A marca Zezé (www.zeze.com.br) é uma das poucas, senão a única, em matéria de biscoito, própria para quem sofre desse mal.
O mais ridículo é quando encontramos a inscrição “pode conter traços de lactose”. A afirmação indica que o alimento foi processado por uma indústria que manipula leite no mesmo espaço ou no mesmo “tacho” em que o produto em questão. Além da informação imprecisa, pra mim, é o mesmo que dizer “não temos condições higiênicas de limparmos com eficiência nossos equipamentos ou de lavarmos nossas mãos e só não colocamos a inscrição ‘pode conter traços de asas de moscas, antenas de baratas e cocô de morcego’ porque a Anvisa não exige”.
E aí? Você prefere ingerir traços de urina de rato ou de lactose?