Dicas Preciosas Sobre a Disneyland Paris

Em 2012, escrevi um artigo sobre a Disneyland Paris (leia aqui), que é um dos mais acessados do blog. Por isso, como estive lá agora (quatro anos depois), resolvi ratificar alguns itens com informações que mudaram de lá para cá ou precisam de complemento.

• Como aproveitar o tempo na Disney?
Aqui eu havia falado sobre o fast pass, que dá acesso sem filas aos brinquedos. Descobri que você não pode pegar mais de um fast pass de cada vez. Ou seja, você não pode ficar em duas filas ao mesmo tempo, mesmo que elas sejam virtuais. O sistema do parque identifica que você já tem um brinquedo agendado com fast pass e não deixa pegar o de outro até expirar o prazo de entrada do primeiro.

• Quanto custa e como comprar os ingressos para a Eurodisney?
Aqui eu havia falado do ticket Francillien, disponível no site da Fnac. Pois não sei se ele ainda existe. Comprei desta vez, no site da própria Disneyland Paris, o ticket MINI 1 day/2 parks, que custou €62 para adultos e €55 para crianças. A partir de 12 anos seu bebê crescidinho já é um adulto para eles. Esse ticket dá acesso ao parque em qualquer dia de semana (mediante consulta em um calendário que eles disponibilizam — alguns dias estão bloqueados para esse ticket, como feriados e tal. Em algumas épocas do ano, esse mesmo ticket fica mais barato ainda e é chamado de Special MINI 1 day/2 parks: €47 para adultos e €40 para crianças.

• Como eu chego à Eurodisney?
Esqueça praticamente tudo que escrevi neste item. A RATP (companhia de transportes local) expandiu a abrangência do passe de transporte público integrado. Antes, com um ticket, você só podia transitar na zona 1 e 2 de Paris. Agora, pode ir até a 5! Ou seja, Marne-la-Vallée, onde ficam os parques da Disney, está dentro da área de cobertura. Você gasta apenas €1,90. Vá de metrô até uma estação da linha 2 do RER e siga para seu destino com esse trem.

É isso. Espero que tenha uma boa jornada!

Dicas Sobre Visto Americano

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Quando este post foi escrito, o consulado de Porto Alegre não fazia o processo completo. Agora já faz. Mas o post continua válido para quem optou por São Paulo.

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Conseguir visto de turista para os Estados Unidos não é empreitada simples. Mas o país vem tomando medidas para facilitar o processo da solicitação no Brasil. Horas e horas perdidas nas filas dos consulados e CASV (Centro de Auxílio ao Solicitante de Visto) foram reduzidas drasticamente em 2014. A necessidade de movimentar a economia americana e, acredito, até a própria arrecadação com a taxa cobrada (US$160), são os motivos mais evidentes. Só em 2013, 800 mil brasileiros ingressaram com pedido do visto norte-americano. Cerca de 740 mil foram concedidos. Faça as contas. Quase US$130 milhões não é uma receita desprezível para a operação consular no Brasil.

Se você tem intenção de solicitar o seu, aconselho contratar um agente. Por cerca de R$150, ele fará toda a parte burocrática junto ao consulado e lhe dará dicas precisas. Bem orientado e amparado, você conhecerá todos os riscos de receber um não e poderá ponderar se os Estados Unidos será realmente o destino das suas próximas férias. Lembro que a Europa não precisa aprovar previamente a ida de brasileiros para lá.

Não se engane: o custo do processo não restringe-se aos US$160 da taxa e os R$150 do agente. Só há consulados em Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e você deve permanecer dois dias em uma dessas cidades. Porto Alegre abriu em março deste ano uma agência consular que permite realizar a primeira parte do processo, que é a coleta das digitais e o registro fotográfico, bem como a renovação integral após a validade de 10 anos. No meu caso, o agente aconselhou fazer tudo em São Paulo, tanto por já estarem acostumados como pela recente e não experienciada operação em Porto Alegre. Concordamos, pois tínhamos pressa e não queríamos correr riscos de imprevistos.

Outra possibilidade era fazer em Montevidéu, mais perto da minha cidade que São Paulo. Porém, precisaria voltar para retirar ou ter alguém que o fizesse pra mim. Muita função. Optei mesmo pela capital paulista.

Os únicos documentos realmente necessários são o passaporte, os recibos de pagamento e preenchimento do formulário DS-160, o agendamento do CASV, do consulado e comprovantes de renda e de dinheiro em conta para a estadia. Mas você pode ser solicitado, durante a entrevista, a provar as respostas dadas no formulário preenchido. Então, é aconselhável levar diplomas da escolaridade, passaportes anteriores, carteira de trabalho ou contrato social (se tiver seu próprio negócio), escrituras de imóveis, documento de posse de veículos etc. O que pega é: você tem que provar que tem vínculos fortes no Brasil para não querer ficar por lá clandestinamente e que tem dinheiro suficiente para manter-se pelo período pretendido. Não há regras certas e sabidas para seu visto ser ou não aprovado. Podemos supor que estudantes que não pagam seus estudos com recursos próprios, pessoas desempregadas ou com salário abaixo de certo nível, sem bens, sem filhos e, principalmente, que demonstrarem nervosismo na entrevista, têm mais chances de serem reprovadas. Lembrem-se: eles querem você lá para consumir e não para ser consumido. Por outro lado, excesso de dinheiro pode configurar que você não pretende voltar.

O primeiro dia, no CASV, no Alto de Pinheiros, com a data e a hora previamente agendadas pelo site, é muito tranquilo. Não precisa chegar uma ou meia hora antes, como muita gente sugere. O sistema é de primeiro mundo. Por outro lado, não esqueça que você está em São Paulo e qualquer deslocamento é uma incógnita de tempo. Meu horário (e de mais umas 30 pessoas) era às 14h30. Como cheguei às 13h30, fiquei quarando no sol, em frente ao prédio, junto com outros brasileiros-que-adoram-uma-fila. Pontualmente, às 14h30, chamaram os do horário. A fila desformou-se, pois ali estava gente das 15h, das 15h30… E formou-se outra apenas com os das 14h30. A entrada foi rápida. Em dez minutos já haviam coletado minhas digitais e feito a foto. Saí às 14h40! Ou seja, se eu tivesse chegado às 14h25, teria levado, no máximo 20 minutos entre fila e coleta. Depois brasileiro fica reclamando da vida. Quem complica é ele próprio. Atentem-se que é proibido entrar com malas e eletrônicos. Celulares são permitidos desligados. Existem guarda-volumes que te cobram R$10 por peça. Foi o que fizemos, já que ir ao hotel para deixar as malas nos atrasaria, além de ser mais caro.

No dia seguinte, foi a entrevista, marcada para às 12:40, esta no próprio Consulado Geral dos Estados Unidos, no Morumbi. Aqui, a organização de entrada do CASV não se repetiu: bastava chegar para ser recebido e entrar na fila interna. Chegamos às 12h e saímos pelas 14h30. De fato, a fila só existia dentro do consulado porque era permitida a entrada das pessoas que chegavam antes do horário. É tipo dia de recebimento de aposentadoria: os velhinhos chegam às 7h e o banco só abre às 11h; com fila formada leva mesmo muito mais tempo do que se fossem chegando aleatoriamente (ou agendadamente) e sendo atendidos. Na revista, as pessoas entram de quatro em quatro. Há um detector de metais tipo porta e outro portátil, tipo raquete. Todos passavam pelos dois. O segurança, antes mesmo de eu cruzar pela porta, me liberou do portátil. Só a mim. Não entendi o motivo e brinquei com minha esposa: “sou do tipo confiável, viu?”

A entrevista foi tranquila. A moça que nos atendeu era simpática. O diálogo foi assim:

MOÇA — Boa tarde.
EU — Boa tarde.
MINHA ESPOSA — Boa tarde.
MOÇA — Para onde vocês vão?
(Em alguns casos, minha esposa respondia junto, um meio atropelando o outro. Isso não é aconselhável caso o entrevistador seja mal-humorado. No nosso caso, não prejudicou e, talvez, ainda tenha dado a confiança a ela de que estávamos falando a verdade; respondíamos em uníssono).
EU — Nova York.
MOÇA — Já foram outras vezes?
EU — Não.
MOÇA — Vocês vão sozinhos?
EU — Vamos com um casal de amigos.
MOÇA — Eles já têm visto?
EU — Já
MOÇA — O senhor já viajou para fora do país?
EU — Sim.
MOÇA — Pra onde?
EU — França, Inglaterra, Suíça, Andorra… (não por que me lembrei de Andorra antes dos outros lugares).
MOÇA — E a senhora?
MINHA ESPOSA — Também. França, Inglaterra, Alemanha… A gente foi na Alemanha, né? Não lembro direito. Faz tempo.
(Sim, a gente foi na Alemanha, mas nessa hora fiquei preocupado se a hesitação de minha esposa poderia comprometer algo).
EU — Tenho os passaportes anteriores aqui. Gostaria de ver?
MOÇA — Não é preciso. O que o senhor faz?
EU — Sou publicitário, tenho uma agência de propaganda.
MOÇA — Senhora, o que você faz?
MINHA ESPOSA — Eu também. Sou publicitária/empresária. Tenho uma agência. Sou sócia dele.
MOÇA — Há quanto tempo existe a empresa?
EU — 18 anos.
MINHA ESPOSA — 19 anos.
EU — É. 19, este ano. É de 1995.
MOÇA — Seus vistos estão ativados. Neste folheto tem instruções de como irão recebê-los no endereço indicado. Uma boa viagem.
EU — Muito obrigado. Boa tarde.

Nenhum documento foi solicitado. Nenhum! Tinha levado uma pasta cheia deles. Isso não quer dizer que você não deva levar. Leve tudo e um pouco mais. Nunca se sabe com que ponto da sua vida irão encrencar.

Depois dessa experiência, de ter presenciado algumas entrevistas enquanto aguardávamos nossa vez e de ter lido relatos de outras na Internet, tenho percepções próprias sobre o processo de aprovação, que todo mundo diz ter muito de incógnita. Não concordo tanto com esta afirmação. Existem pontos que podem acender o sinal amarelo no entrevistador que, então, fará perguntas mais complexas e específicas. Por exemplo:
— os dados preenchidos no formulário, como se você é estudante, quem vai pagar sua viagem, sua renda…;
— as respostas que você dá, como sobre se vai viajar sozinho ou não;
— idade, estado civil;
— seu nervosismo.

Eles devem ser treinados para desconfiar até da sua aparência. Qualquer sinal amarelo abre um leque de perguntas.

Minha dica é a seguinte: nunca minta, nem no formulário, nem na entrevista. Se você desconfia que há possibilidade de não ter perfil para ter o visto aprovado, não o solicite o visto americano; mude seu destino, vá para a Europa! É alto o custo do processo como um todo para dar com os burros n’água. Com a grana, você pode incrementar bastante sua viagem em outro destino.

Na rua do consulado há cafeterias e pequenos bistrôs. Parecem estar ali justamente para os candidatos a visto e seus acompanhantes que não podem entrar junto. Ou seja, você não ficará com fome, nem seu amigo que foi junto estará ao relento no sol ou chuva. Há também guarda-volumes para deixar malas, bolsas e celulares que, aqui, não são aceitos nem desligados. Não pegue o primeiro que lhe for oferecido por um vendedor há 50 metros de distância. Esses custam R$10 por volume. Bem em frente ao consulado custam R$5. Sacou que eu paguei R$10, né?

Espero ter ajudado.

Boa viagem.