E se eu fundasse um estado ou um país? Seria massa.
Nenhum órgão fiscalizaria meus atos. Não deveria prestar contas a ninguém. Poderia ser membro das Nações Unidas e pleitear recursos de algum projeto em prol dos países subdesenvolvidos — pro meu! Mas abdicaria do meu direito de voto, para não complicar nem correr riscos de cometer algum incidente diplomático. Meu blog seria o Diário Oficial e meu mp3-player a rádio estatal. A segurança eu mesmo faria. Se houvesse alguma ocorrência maior, como arrombamento da porta da minha casa, pediria auxílio à ONU. Afinal, seria uma questão de invasão de fronteira. Os Estados Unidos certamente viriam me proteger, bons samaritanos que são.
Criaria minha própria moeda. Ou melhor, adotaria uma existente e estável. Teria câmbio e regras fiscais próprias, que me favorecessem, claro.
As importações estariam liberadas, sem cobrança de taxas alfandegárias. Chegaria todo dia um pacote da Deal Extreme, sem necessidade de custar menos de US$ 50. Chocolates belgas, bacalhau norueguês, eletrônicos a preço de banana. Compraria o melhor do mundo por um preço inacreditável. Em troca, exigiria acordos comerciais que me permitissem exportar meu trabalho para o mundo inteiro sem incidência de impostos.
Teria hino, brasão e bandeira. Desfilaria na abertura dos Jogos Olímpicos e representaria meu país em qualquer esporte para o qual conseguisse um índice olímpico. Vale Wii Golf?
Seria famoso, claro — “o país de um homem só”. Poderia vender camisetas, bonés, canecas, mouse pads. Criaria um canal de donativos conhecido como Óbolo do Cuca. Não confundir com “lóbulo do Cuca”.
Não é má ideia. Se o Vaticano conseguiu…
(a bandeira acima criei randomicamente neste site.)