Meus problemas com o cartão Dotz Mastercard

Você já conhece este diálogo, ao entregar o cartão para o caixa:

— Crédito.
(…)
— Crédito ou débito?
— Crédito!
(…)
— Débito?
— Crédito!

Mas a parte que você só conhece se tiver um cartão Dotz Mastercard Ibicard é a “moça do caixa”, ao pegá-lo, olhar para seu canto arredondado, esfregar o dedo de um lado para o outro e dizer “Nossa, que diferente! Foi tu que cortou ou já veio assim?”

Se fosse só isso, ok. Mas o problema vem sendo maior.

Há uns 10 anos, me ligaram para oferecer um cartão Dotz Mastercard. Meu primeiro impulso foi negar, pois eu já tinha um Visa. Mas, diante dos benefícios do pano de milhagem Dotz, e da versatilidade em ter cartões de duas bandeiras diferentes, resolvi aceitar. É realmente vantajoso esse programa. Você ganha pontos nao só quando paga a fatura, mas também comprando em várias lojas da Internet, como Americanas, Submarino, Fnac, Shoptime, Ricardo Eletro. Dependendo da promoção atual, você acumula até quatro pontos por real gasto. Com isso, já consegui resgatar um iPad, um no-break, uma caixa de som bluetooth iBlu superboa, um bluray player etc.

O que acontece é que o Banco Ibi, emissor original do cartão, foi comprado pelo Bradesco há uns dois anos, creio. De um tempo para cá, estou convicto que o novo banco está tentando dissuadir seus cientes a continuarem com o contrato, devido aos benefícios fora do comum que o programa Dotz oferece. Explico:

  • toda semana, ao abastecer nos mesmos postos de gasolina de sempre, meu cartão não passa e é bloqueado;
  • sempre quando tento comprar passagens aéreas também;
  • perco mais de meia hora com o atendimento para conseguir desbloquear;
  • cada vez que ligo, a quantidade e dificuldade das perguntas de segurança, do tipo nome da mãe, se eu tenho cartão adicional, aumentam. Na última vez respondi tudo certo e disseram que os dados eram inconsistentes e mandaram ligar de novo para reiniciar o processo — é um inferno recomeçar o processo!
  • os atendentes são presunçosos e grosseiros (claro, quando eu, irritado, os trato assim também — kkkk);
  • quando questiono o motivo do bloqueio, me alegam “motivos de segurança”, mas quando pergunto “Quais motivos de segurança? O estabelecimento não é confiável? Minha compra saiu do padrão?” eles não sabem responder.

Ontem, me ligaram dizendo que meu cartão tinha efetuado cinco compras em valores como 2 mil, mil reais, fisicamente, em estabelecimentos nas cidades de Niterói e São Gonçalo e queriam saber se eu reconhecia tais despesas. Falei que não, que estava em Pelotas, de posse do meu cartão. Eu disse que as cidades das compras eram no Rio de Janeiro e eu estava no Rio Grande do Sul. A atendente insistia em dizer que as cidades eram todas no Rio Grande do Sul. Mas, enfim, bloquearam definitivamente meu cartão, entraram com processo de cancelamento das despesas não reconhecidas e ficaram de me mandar um novo cartão, agora, com chip. Sim, meu cartão Dotz Mastercard Bradescard não tinha chip!

 

Tudo bem que fraudes existem. É mais comum do que parece, mas eu já vinha desconfiando há tempos que estavam tentando fazer eu desistir do cartão. Agora estou acreditando ainda mais nisso. Não vão me fazer desistir dos benefícios do Dotz! Eu sou brasileiro e não desisto nunca! :)

Buenos Aires: Dicas de Câmbio e Generalidades

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Não ia a Buenos Aires desde 1998, quando estive para o show do U2, Pop Mart. Acredite se quiser. Desde lá, mudou muita coisa. Mas escrevo apenas para dar algumas dicas em um assunto que vem sendo recorrente neste blog: câmbio.

A Argentina vive um período econômico que privilegia muito o turismo. A moeda desvalorizada frente ao dólar e ao real oportuniza aos brasileiros viajar mais barato que no Brasil. Fora isso, você encontra passagens aéreas por menos de R$ 200 o trecho. Mas tem que procurar o dia certo.

Porém, o pulo do gato mesmo, para quem quer aproveitar o câmbio, é: não use cartão de crédito, em hipótese alguma! Em setembro deste ano, quando estive, o câmbio oficial era de 8,40 pesos por dólar, enquanto o paralelo, que se faz nas ruas, estava em 14,70. Uma diferença de mais de 60% se você ainda considerar o IOF das transações internacionais via cartão. Fora que não há como saber, nem ao telefonar para seu cartão, qual o câmbio pesos/dólar do dia, apenas o dólar/real, como já falei aqui. O paralelo, que é ilegal, acontece na rua. Você é abordado por um vendedor a cada 10 passos ao caminhar pela Calle Florida. Chega a ser chato. Na primeira hora você até responde “no, gracias”, depois cansa. Eles negociam o preço ali mesmo e, se topar, te levam para o escritório em alguma galeria ou prédio. Segundo dizem, há que se tomar cuidado com os golpes. Aconselho fazer o primeiro câmbio com pouco dinheiro no bolso, para testar a confiabilidade do lugar. Quando estiver no “estabelecimento”, pergunte se fariam um valor melhor para maior quantidade e volte mais tarde para tal. Aí, claro, sem utilizar o “atravessador” da rua, vá por conta própria, pois já sabe o caminho. Talvez consiga uma taxa mais interessante. Algumas lojas aceitam dólar ou real direto, a um valor próximo ao paralelo, mas claro que com uma conversão pior do que as casas especializadas.

Sem saber dessas barbadas, acabei levando pouco dinheiro em espécie, pois teria a ajuda dos cartões se precisasse. Acabou que, para o que pretendia, deu e sobrou. Não fui com a intenção de “muambar”, apenas de passear. Gastei 20% a menos que dispunha. Comprei algumas coisinhas por impulso, mas me arrependi amargamente de não ter aproveitado para me abastecer de roupas para o inverno seguinte. Se encontram casacos, jaquetas etc. — de muito, mas muito boa qualidade — de R$ 150 a R$ 500. Mas estou falando de MUITO boa qualidade, mesmo! Claro que tem porcaria. Encontre os lugares certos e as promoções. Mas se eu, que nem procurava, achei, não será difícil para quem já vai com a intenção.

A comida também é um caso à parte. Faltaram dias para tantos restaurantes, panaderias, cafés que queria ir. No mais caro de Buenos Aires, você gasta R$ 90 por pessoa, com vinho. Existem lugares muito bons e tradicionais, em que não se gasta R$ 20 por pessoa. Não vou dar dicas de onde comer, pois fiquei pouco tempo e existem diversos blogs que fazem isso.

Sobre locomoção, nem pense em não andar de táxi. Tirando a ida e volta para o aeroporto, a corrida mais longa que fizemos, que atravessou a cidade, custou R$ 15. Tiros curtos podem sair por até R$ 4. Na chegada em Baires, no aeroporto, me dirigi ao guichê oficial de táxis. Como só tinha dólares, os 380 pesos cobrados no caixa, me custaram, pelo câmbio oficial, US$ 45. Na volta, pedimos um carro pelo próprio hotel, que me custou 300 pesos. Ou seja, R$ 50 ou US$ 20.

Outubro entra com maior desvalorização ainda da moeda argentina. Melhor para o turismo brasileiro. Aproveite.