O mais recente artigo de Paulo Sant’Ana para a Zero Hora está sendo objeto de alvoroço nas redes sociais. Leia aqui.
O que espanta nem é o artigo, mas a ânsia das pessoas em demonstrarem sua opinião sobre ele. Não é novidade no meio on line: a tal democracia digital mostra o quanto seria melhor muita gente permanecer calada. Provavelmente, eu também. Ninguém se dignou — diante da perplexidade ao ler palavras aparentemente chocantes — a refletir sobre o que realmente o colunista pretendia transmitir. É muito mais fácil sair esbravejando em defesa de uma causa que o fará mais popular, trará mais “curtidas”, aumentará seu “klout” (não, “klout” não é “pau”) e levará você pro Céu (talvez não o de Paulo Sant’Ana). Difícil é ter o bom senso, a responsabilidade, a inteligência, a crença no ser humano e, mais que tudo, a boa-vontade de tentar encontrar uma segunda interpretação para o que nos é apresentado.
Não estou defendendo Paulo Sant’Ana. Apenas dizendo que tenho dúvidas do que ele quis dizer. A visão mais simplória nos leva a crer que ele foi racista, xenofóbico etc., mesmo apenas relatando o que se vê em Punta del Leste. Uma segunda possibilidade, que ele está demonstrando uma situação plastificada de um mundo à parte ao que a maioria de nos vive, se valendo da ironia e acidez que um bom escritor há de ter. Sant’Ana pode estar velho, caduco — vai acontecer com todos nós — mas talvez sua maior insanidade neste momento não foi a de pensar e escrever merda, mas a de correr o risco de ser incompreendido por uma horda descontrolada de facebookers. É uma possibilidade.
Todo texto merece uma segunda interpretação. Principalmente quando ele te peita a fazer isso.
não sei se ele está caduco, mas ele sempre foi um grandissíssimo IDIOTA que se acha um semideus e as asneiras que ele fala muito relevantes.