A ciência evolui constantemente. Aprende com seus erros. Se temos inteligência suficiente pra saber que confiar nela já nos leva a uma constante mudança de ideia, por que acreditar apenas na imprecisão de nosso achismo?
— Na Grécia e Egito antigos, excrementos de animais eram usados em tratamentos médicos.
— As mulheres gregas e romanas usavam chumbo e enxofre pra pintar seus cabelos.
— Os médicos introduziam alho na vagina de suas pacientes para estudar por que algumas engravidavam e outras não.
— Os médicos perfuravam a cabeça das pessoas — trepanação — para libertar espíritos malignos.
— Bolas de vidro e borracha moída eram utilizadas como implante mamário. Bom, temos alternativas parecidas atualmente.
Na primeira metade do século XX, Karl Popper ajudou a definir a diferença de ciência e pseudociência. Hoje, absurdos costumam não mais ocorrer (tanto), pois as pessoas aprendem umas com as outras e com a ciência. Ou não?
Fora das questões científicas, mas dentro dos costumes culturais, temos outros fatos que hoje são totalmente reprováveis:
— pessoas eram contratadas para chorar em funerais na Roma antiga, como forma de impressionar a multidão;
— no Império Romano, os pais podiam vender seus filhos à escravidão. Mas somente três vezes, claro — elas voltavam quando não eram mais úteis.
O mesmo acontece com o que alguns chamam de democracia. Hábitos antigos, como levar as crianças para assistir uma execução em praça pública eram triviais, bem como pedir a morte de alguém eram bastante democrático.
Alguns outros nem tão antigos:
— andar de moto sem capacete;
— não usar cinto de segurança.
Comportamentos que parecem fazer mal só a quem os pratica, na verdade custam ao sistema público de saúde que eu e você sustentamos.
Propagar que não se deve usar capacete ou cinto de segurança seria um ato democrático quando impacta na vida de outras pessoas e na carga tributária do cidadão?
Onde acaba o liberalismo e começa a responsabilidade?