Eu não sou jornalista. Este blog não é jornalístico. Então, me permito conjecturar.
Ano passado, circularam e-mails acusando a Globo de fazer, no Criança Esperança, cortesia com chapéu alheio. A mensagem eletrônica sugeria que a emissora recebia o dinheiro dos telespectadores, doava à UNESCO e usava o valor para abater do Imposto de Renda. Ou seja, a caridade do brasileiro estaria sendo usada para pagar parte das obrigações fiscais da empresa. Agora, na edição de 2008, todos os programas e comerciais que divulgam os telefones para doações frizam que o montante vai direto para a conta da Unicef e que não pode ser abatido de impostos. Com certeza, trata-se de uma resposta sutil àquelas acusações. Porém, não fica claro de quem é o imposto que estão falando – se do nosso ou do deles. Mas é claro que a Rede Globo não daria ponto-sem-nó. É aqui começa minha conjectura. O fato do dinheiro ir direto à UNESCO não afasta a possibilidade da TV não estar usando a campanha para obter facilidades fiscias. Se eu fosse dono da empresa, disponibilizaria espaços ociosos em minha grade comercial para divulgar o projeto e contabilizaria-os como doação. Será que não é isso que fazem? Estariam “vendendo produtos encalhados” ao mesmo tempo que fazem o bem para as criancinhas carentes e para sua própria saúde fiscal. Eles devem estar bem assessorados contábil e juridicamente. Não vejo problema nenhum nisso. Quem quiser que faça algo semelhante e não ajudará só a si, mas a quem precisa também.
Sabes que eu tb fique na dúvida de quem era o imposto. Acho que a ambiguidade foi proposital.