Nas Paraolimpíadas, que iniciaram esta semana em Pequim, um acontecimento tomou conta do segmento esportivo dos noticiários. O nadador Clodoaldo Silva teve revista a categoria em que estava inserido. Nos “paraesportes”, o atleta é enquadrado de acordo com o seu nível de deficiência, para tornar as provas mais competitivas e justas. Pois então, nosso competidor brasileiro, que era favorito absoluto na piscina em diversas modalidades, (nosso Michael Phelps) precisou subir de categoria, de acordo com a reavaliação médica do comitê paraolímpico. Isso reduziu as chances do atleta. Num gesto inexplicável de falta de espírito esportivo, Clodoaldo desisitu de disputar as provas onde se sairia pior. Não sei o que é mais triste. O novo enquadramento deveria ser motivo de felicidade, pois houve uma evolução na capacidade física do nadador; ele está menos deficiente. Não é isso que alguém com qualquer tipo de deficiência busca? Deveria estar radiante. Outra questão: ele não está ali para superar seus limites e, antes de mais nada, competir? Ficou o mau exemplo a todos os deficientes brasileiros, aos quais o esporte paraolímpico e seus atletas deveriam causar inspiração, superação e orgulho. Essa é a utilidade do esporte. É por esse motivo que o Brasil investe nele, incluindo nos paraolímpicos. Sei que não tenho condições de avaliar o lado psicológico do atleta, pois nesses casos, esse tipo de problema talvez seja proporcional aos físicos, mas me atrevi.
Para quem quiser tentar entender as justificativas de Clodoaldo, ele tem um blog no Terra e fez um post sobre o assunto: aqui.