Depois que pararam de embrulhar as balas 7 Belo com papel, por debaixo da embalagem principal, nunca mais o sabor foi o mesmo. O gostinho estava justamente naquele invólucro que, por mais que tentássemos tirar, nunca saia todo. Eu desistia. Dizia assim: “Mãe, não consigo tirar tudo!”. Ela respondia: “Não tem problema, meu filho. Um pouquinho de papel não vai te fazer mal”. E lá estava eu, no cinema, enchendo a barriga de 7 Belo com papel. Quando me aplicava para retirar todo ele, a unha ficava cheia de bala. Era impossível comer só a massa rosa. Mas tinha um gostinho especial; um gostinho de infância. Hoje, o produto vem embrulhado com um plástico ou algo semelhante, o que fez com que perdesse totalmente o charme e o sabor. As vendas devem ter despencado — óbvio que despencaram! — e as crianças de hoje em dia vão ficar sem saber o que é uma verdadeira bala 7 Belo. Ah, bons tempos que não voltam mais.
E o papel grudava no dente mais do que a bala!
E a Xaxá?