Odeio Carnaval nos moldes como é hoje em dia. Quando criança adorava mesmo era ver a apuração dos resultado: “Unidos da Tijuca… … … … Nota 10”. Eu fazia uma tabela e ia anotando, como se a Rede Globo não estivesse fazendo isso pra mim. Sei lá, acho que eu queria conferir. Fazia médias, calculava vencedores por quesito. Geralmente, a chegada deste dia significava que minhas férias estavam acabando. Era o resto do suquinho do meu descanso de criança e eu queria aproveitar até a última gota. Me divertia do meu jeito.
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Antes disso, bem menor, claro que eu ia aos bailes dos clubes. Minha mãe fazia fantasias, como de pirata, cowboy, índio… São as que me lembro. Como quase todas as crianças, passava no chão juntando confete e procurando serpentinas mal desenroladas para jogar de novo. Que saudades das batatas fritas transparentes, apesar de grossas, de tão encharcadas em óleo do Clube Brilhante ou, como dizem os pelotenses, “dos Brilhante”. Na verdade, tive a oportunidade de comer a iguaria novamente há uns 2 meses. Era apresentação de final de ano da escolinha da minha minha filha e foi lá “nos Brilhante”. Mas não é mais a mesma coisa. Acho que jogaram fora o óleo velho. Ou eu que cresci.
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Tenho pena dos jornalistas que são escalados para cobrir o Carnaval na TV. Pegam gente do esporte, da política, da reportagem policial, de onde for. Que merda. Eu não suportaria ter que comentar sobre a “evolução” de uma escola de samba na avenida, das alas e carros alegóricos ou do significado da letra de um samba-enredo: “Foi nos tempos mais primórdios…”
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Os blocos da Bahia faturam alto. Vendem seus abadás por preços astronômicos e mesmo assim o esquemão é um enorme sucesso. Para quem não sabe, cada traje é o ingresso para estar ao lado do respectivo trio elétrico, dentro das cordas que dividem o povão dos mais abonados e abadazados. Estes abadás são confeccionados em moldes que permitam sua personalização por cada folião. Alguns cortam as mangas, reduzem o comprimento, dão nós, colocam seu toque pessoal. Existem empresas especializadas em customizar abadás, acredita? Depois de pagar centenas de reais para garantir horas de folia ao lado de um trio elétrico você pagaria mais 80 reais para customizar seu abadá? A Bahia é sensacional, mas desde que seja ela lá e eu aqui.
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E viva o Oscar!
Eu só te imagino de índio Cuca, que coisa meiga. =]
Tenho fotos, é claro. Um dia mostro.