Eu falo isso sempre: algumas bandas não deveriam ser bandas, deveriam ser discos. Me refiro especificamente àquelas com estilo muito próprio, mas tão próprio, que suas músicas acabam sendo uma cópia delas mesmas e 90% se parecem iguais. É o caso das – apesar disso – excelentes Dave Matthews Band, Jamiroquai e, me dói muito dizer, Red Hot Chili Peppers. Sim, comprei o último disco deles, mesmo não tendo gostado muito dos dois anteriores. Fiz isso por um único motivo: li uma matéria em que Flea pedia encarecidamente que os fãs não baixassem seu disco “vazado” pela Internet, antes de mesmo de finalizado, pois eles não estariam ouvindo com a qualidade que a banda gostaria que tivesse o maior trabalho de suas vidas, que eles fizeram com todo amor do mundo, dedicando os últimos sel-lá-quantos meses de suas vidas; que eles ficariam muito tristes e magoados. Eu achei uma mensagem muito bonita, apesar de saber que poderia ser apenas mais um “golpe de marketing” sem coração. Stadium Arcadium é um disco duplo, com 28 músicas que mantêm a média que falei, onde mais de 90% é mera cópia da mesma coisa de sempre.
Acredito que as bandas acabam caindo na mesmice quando o arranjo se torna mais importante do que a canção. Isso acontece muito, e principalmente, com bandas cujo o processo de composição segue a seguinte ordem:
1º – arranjo e harmonia – um dos integrantes faz uma frase melódica instrumental, uma levada ou uma harmonia e os outros seguem atrás;
2º – melodia vocal – geralmente o vocalista começa a cantarolar alguma coisa, geralmente influenciado diretamente pela frase melódica principal do arranjo. Isso pode acabar criando uma estrutura pobre, onde a criatividade acaba ficando de fora do processo;
3º – letra – alguém coloca uma letra no troço.
Sei que muitas bandas compõem assim e obtêm resultados muitos bons, até ótimos, irrepreensíveis. Mas, na minha opinião, é preciso ter um talento bem maior para compor dessa forma. Eu acho também, sinceramente, que a música deve ser construída partindo-se de uma idéia artística inicial. Acho que ela tem mais valor assim. Antes de ser um produto de uma banda, a música tem que existir como canção, como mensagem a ser transmitida. É claro que isso só vale para o tipo de música que tem esta intenção. Se a intenção for dançar, andar de elevador, embalar uma rave cheia de gente drogada, se chutar ou ambientar um chá de senhoras de 65 anos, cada tipo de música terá uma forma diferente de ser composta.
Red Hot Chili Peppers deveria ser um disco. Tudo bem, um disco duplo, mas bem diferente deste último.
Eu falo isso sempre: algumas bandas não deveriam ser bandas, deveriam ser discos. Me refiro especificamente àquelas com estilo muito próprio, mas tão próprio, que suas músicas acabam sendo uma cópia delas mesmas e 90% se parecem iguais. É o caso das – apesar disso – excelentes Dave Matthews Band, Jamiroquai e, me dói muito dizer, Red Hot Chili Peppers. Sim, comprei o último disco deles, mesmo não tendo gostado muito dos dois anteriores. Fiz isso por um único motivo: li uma matéria em que Flea pedia encarecidamente que os fãs não baixassem seu disco “vazado” pela Internet, antes de mesmo de finalizado, pois eles não estariam ouvindo com a qualidade que a banda gostaria que tivesse o maior trabalho de suas vidas, que eles fizeram com todo amor do mundo, dedicando os últimos sel-lá-quantos meses de suas vidas; que eles ficariam muito tristes e magoados. Eu achei uma mensagem muito bonita, apesar de saber que poderia ser apenas mais um “golpe de marketing” sem coração. Stadium Arcadium é um disco duplo, com 28 músicas que mantêm a média que falei, onde mais de 90% é mera cópia da mesma coisa de sempre.
Acredito que as bandas acabam caindo na mesmice quando o arranjo se torna mais importante do que a canção. Isso acontece muito, e principalmente, com bandas cujo o processo de composição segue a seguinte ordem:
1º – arranjo e harmonia – um dos integrantes faz uma frase melódica instrumental, uma levada ou uma harmonia e os outros seguem atrás;
2º – melodia vocal – geralmente o vocalista começa a cantarolar alguma coisa, geralmente influenciado diretamente pela frase melódica principal do arranjo. Isso pode acabar criando uma estrutura pobre, onde a criatividade acaba ficando de fora do processo;
3º – letra – alguém coloca uma letra no troço.
Sei que muitas bandas compõem assim e obtêm resultados muitos bons, até ótimos, irrepreensíveis. Mas, na minha opinião, é preciso ter um talento bem maior para compor dessa forma. Eu acho também, sinceramente, que a música deve ser construída partindo-se de uma idéia artística inicial. Acho que ela tem mais valor assim. Antes de ser um produto de uma banda, a música tem que existir como canção, como mensagem a ser transmitida. É claro que isso só vale para o tipo de música que tem esta intenção. Se a intenção for dançar, andar de elevador, embalar uma rave cheia de gente drogada, se chutar ou ambientar um chá de senhoras de 65 anos, cada tipo de música terá uma forma diferente de ser composta.
Red Hot Chili Peppers deveria ser um disco. Tudo bem, um disco duplo, mas bem diferente deste último.