Cara, Cadê Meu Carro?

– SuperSom, bom dia.
– Bom dia. Eu gostaria de saber se o meu carro está pronto.
– Qual é o seu carro?
– Um Clio prata.
– Err… Qual o seu nome?
– Daniel.
– Só um instante.

Vem outra atendente:
– Alô.
– Oi. Gostaria de saber se o meu carro está pronto.
– É um Clio prata?
– É.
– Qual o seu nome?
– Daniel. Moreira.
– Que serviço era?

E eu ficando nervoso já.

– Som, vidro, trava, alarme…
– Se lembra da placa?
– Não. Peguei o carro ontem. Não decorei.
– Clio prata?
– É.
– Não seria um Corsa prata?
– Putz!! É mesmo, desculpa. Ehehe. É um Corsa prata.
– Fica pronto às 15h.
– Obrigado. Eeheheh

R$ 67 mil em Prêmios

Há algum tempo atrás recebi um e-mail de um festival de rock. Segui o link e fiquei impressionado com o valor em prêmios (R$67 mil) mas também com a péssima qualidade do site e erros de português no regulamento. Um festival com um prêmio tão alto não teria um site assim. Acrescentei o endereço de MSN (divulgado para informações) para tirar a pulga de trás da orelha. Depois de uns 20 dias, o cara apareceu no MSN.

Olhem a minha conversa. Ilário. (O e-mail foi alterado para não identificar o festival nem a pessoa).

++++++

Cuca diz:
Olá

Cuca diz:
Gostaria de tirar umas dúvidas sobre o festival. Posso perguntar?

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
claro. pode falar…

Cuca diz:
Poderia me dizer de onde vêm a grana dos prêmios? Quem é o patrocinador?

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
esse valor vem da praça de alimentação, stans, exposições de empresas e outros dá para pagar tudo e sobra, mais tem duas opções a bilheteria das
finais do festival que são 30 porcento

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
esse festival é privado

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
realizado por uma associação

Cuca diz:
desculpe me meter…

Cuca diz:
mas com tanta grana assim, não dava para ter um site melhorzinho? Sem tantos erros de português, pelo menos?

Cuca diz:
porque parece não-condizente com o valor do prêmio, entende?

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
apostamos no simples e no conteudo da qualidade, erros e português paguei uma pessoa ele não deve ter corrigido mais posso ver isso, os sites que fiz
parceria tambem queria um site melhor , mais aceitei

Cuca diz:
ehehe

Cuca diz:
ok

Cuca diz:
parabéns pela iniciativa

Cuca diz:
pena que é longe demais. senão, escreveria minha banda

Cuca diz:
ou “inscreveria” (paguei para uma pessoa revisar o meu português, mas…)

Cuca diz:
ehehe

Cuca diz:
brincadeira

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
ok. tudo que é questionado é bom assim eu não preciso pagar a divulgação as pessoas fazem pra mim

Cuca diz:
?

Cuca diz:
esta conversa é divulgação?

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
quiz dizer qua a propaganda boca a boca é a melhor de todas as propaganda

Cuca diz:
cara, eu não tô divulgando pra ninguém. talvez tenha alguém atrás de mim vendo eu escrever (deixa eu ver…). Não tem não

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
imagine uma mulher correndo pelada no centro de uma cidade, isso é propaganda, é diferente, ser humano é muito curioso, isso é bom

Cuca diz:
eu não sou mulher, não estou pelado, nem no meio da rua

Cuca diz:
só curioso

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
isso é uma comparação de marketing , só isso

[email protected] (Endereço de email não confirmado) diz:
valeu

Cuca diz:
ah, “marketing”. Já ouvi falar

Cuca diz:
té mais

Cirque du Soleil x Tholl

Tive o privilégio de assistir o Cirque du Soleil, em Porto Alegre. Uma megaestrutura extremamente organizada, bela, que dava a sensação de se estar em um outro universo. E eu estava. Cerca de uma hora antes da minha chegada, os ainda mais privilegiados que eu, do tapis rouge (ala VIP do Cirque), já estavam lá para fazer uma “boquinha” – se é que pode-se chamar salmão, champagne, e tudo mais de bom e à vontade, de “boquinha”. Não era o meu caso: estava na última fileira, a “R”. Mas não há lugar ruim na platéia, a não ser atrás de umas das colunas de sustentação da lona. Visibilidade ótima.

Como em todos os 15 espetáculos do grupo que rodam o mundo simultaneamente, o que veio ao Brasil, Alegria, possui som e luz impecáveis, artistas com talentos inquestionáveis, que fazem deles super-seres praticamente inatingíveis. A música ao vivo, sincronizada com os movimentos de cada número, é uma atração à parte que comprova que músicos, muitas vezes, não passam de malabaristas de seu instrumento; sem nenhuma conotação pejorativa. Trocando em miúdos, um espetáculo para ficar guardado para sempre.

Mas quem cairia na armadilha de comparar essa gigante do entretenimento mundial com a trupe pelotense de João Bachilli? Eu, é claro, que adoro um desafio de argumentação.

Acostumado a ver as peripécias do “circo do sol” na televisão, o que eu esperava eram números inusitados, quebrando paradigmas circenses, guiando o respeitável público por uma experiência totalmente nova. Não foi o que aconteceu. Levando em consideração a ausência de animais, os números de Alegria são os mesmos dos circos tradicionais que visitam nossas cidades há décadas. Estavam todos lá: contorcionistas, malabaristas, acrobatas, trapezistas, cuspidor de fogo, palhaços, dançarinas com bambolês, fitas… A destreza apresentada era fora de série, mas a mesmice circense não foi superada neste quesito. Alegria, que partiu para a Argentina, deve ser o roteiro mais terceiro-mundista entre os 15 em atividade do grupo canadense.

Sim… Mas onde entra o Tholl nessa história? Entra na primeira fila, como expectadores vorazes, aplaudindo e assimilando tudo que podem. Os seguidores pelotenses não contam com uma seleção mundial de artistas. Imaginem uma disputa de futebol entre os melhores do mundo e os melhores de Pelotas. A comparação seria até maldosa, se estivéssemos falando de futebol. Mas a equipe do Tholl não perde de goleada para a do Cirque du Soleil e seus artistas de mais de 55 países. Tholl não dispõe de uma estrutura itinerante que o permitiria criar números com maior apelo áudio-visual e apresentá-los sem as limitações e diferenças de cada palco em que sobem. Mas Tholl tem criatividade, profissionalismo, talento artístico e muita, mas muita disposição para levar seu público ao lugar que quiserem. Me emocionei muito mais com o Tholl do que com Alegria; talvez influenciado por outros fatores, como bairrismo, superação, coragem, obstinação, sei lá; ou talvez porque haja muito mais por de traz de um nariz de palhaço que as palavras possam explicar; coisas que um tapis rouge não pode pagar.

Impostos para os Ouvidos – parte 2

Parece que os canalhas de Brasília estão freqüentando meu blog. Depois da minha brincadeira sobre o fim da CPMF (quando eu disse que preferia ela ao CPM-22), resolveram propôr a criação de outro imposto, disfarçado-o de contribuição (para não precisar repassar nada aos estados), nos mesmos moldes da antiga tributação sobre movimentações financeiras. Só que agora, ela se chamará CSS – nome pelo qual a banda brasileira Cansei de Ser Sexy é conhecida mundo afora. Acho que esses políticos estão querendo me provocar.

As 20 do Meu Shuffle de Hoje

1. Across The Sea (Stephen Hare, só piano – ouve-se até rangir o banco ao se mexer – versão para música do Weezer)
2. Hey Jude (Sting, Paul McCartney & Elton John – blerg – passei)
3. Crazy Beautiful (Hanson – a Gabi me faz ouvir cada coisa – mas é massa, melhor que a anterior)
4. Bah! (Doidivanas)
5. I Wanna Be Yout Dog (Émilie Simon)
6. Cada um Por Si (inétida da Doidivanas, só violão e voz pelo Felipe; uma pré-demo)
7. A Forest (The Cure)
8. Lovely Rita (The Beatles)
9. A Hora da Estrela (Pato Fu)
10. Mesmo Sozinho (Nando Reis)
11. Maybe Someday (The Cure)
12. Waste and Ready (Ben Kweller – ao vivo)
13. Vendeta (Tom Bloch)
14. The Sweater Song (Ben Kweller tocando ao vivo som do Weezer)
15. The Ascent of Satan (Ben Folds ao vivo)
16. Move It Along (The Special Goodness)
17. Esa Noche (Cafe Tacuba)
18. Cash Car Star (Smashing Pumpkins)
19. Corpo Histérico (Paulinho Moska)
20. Amada Amanta (Video Hits – acústico no Planeta Café)

Promoção Legal

Para divulgar o novo disco de Aimee Mann, foi criada uma promoção. Inspirada nos milhares de vídeos de fãs tocando as músicas de seus ídolos no You Tube (incluindo os da própria Aimee Mann), será escolhida a melhor performance nesse sentido, mas com uma música específica do lançamento da artista. Bacana. Abaixo o vídeo de divulgação que mostra um exemplo com a música “Save Me” que, para quem não se lembra, faz parte da trilha do filme Magnolia.

Lixo

Como será que o primeiro mundo culto reage ao lixo cultural que o Brasil está jogando lá, como, por exemplo, João Kleber na TV de Portugal? Tá, tudo bem, tem gente que diz que Portugal não é na Europa. Acho que tá provado. Ehehe

http://www.youtube.com/results?search_query=jo%C3%A3o+kleber+portugal&search_type

Reza

Rezou porque estava abalado. Nunca se sabe quando algo vai bater forte. Rezou porque o inexplicável, o inacreditável e o improvável acontecem a toda hora, mas, quando perto, é mais fácil de entender que poderia ter sido com a gente. Isso assusta. Rezou para que tenha sido tranquilo, belo e sublime. Não acreditava que não fosse. Toda a dor, por maior que venha, deve reverter nessa hora.

Quem vai não sofre mais do que quem fica. Rezou por isso também.

Se rezou para pedir por algo que já aconteceu não ter sido uma experiência ruim, é prova que o tempo nada mais é do que um detalhe, uma dimensão, um aspecto da vida. Se rezou, por que não crer também que o passado é só uma peça que ainda pode ser movida? Tudo é possível para quem reza. Rezou do jeito dele; que sabia.

Rezou por quem ficou. Por quem precisa de serenidade e superação. Rezou não sabe bem para quem. Para o deus que estivesse de plantão na hora. Para o deus dentro dele.

Rezou porque não havia mais nada que pudesse fazer.