SAC Walmart

20:37:41 Homer Simpson diz:
Olá Daniel. Como posso ajudá-lo?

20:37:48 Homer Simpson diz:
Boa noite senhor Daniel.

20:38:37 Daniel diz:
estou tentando comprar um produto há uma semana e não consigo

20:38:56 Daniel diz:
já entrei em contato por este chat e me disseram para comprar pelo telefone

20:39:04 Homer Simpson diz:
Qual a dificuldade senhor Daniel?

20:39:36 Daniel diz:
acontece que há um problema no site e vocês não sabem. já testei em diversos micros e diversos navegadores. o erro dá em todos

20:39:42 Daniel diz:
o produto é este: http://www.walmart.com.br/Produto/Eletrodomesticos/De-11.000-a-17.000-BTUs/Brize/Ar-Condicionado-Split-BZ-S-12000-Quente-e-Frio-c–Controle-Remoto.aspx?Filtro=C144_C146_C472&strBusca=

20:40:22 Daniel diz:
já perdi uma chance de comprar com frete grátis por causa disso. agora, não está mais com frete grátis

20:41:18 Homer Simpson diz:
Senhor Daniel, efetuei um teste em sistema com a página do produto e não constou nenhum erro no servidor.

20:41:32 Homer Simpson diz:
Peço que tente efetuar novamente a compra deste produto.

20:43:50 Daniel diz:
coloque o CEP e tente aumentar a quantidade do item para 2

20:46:49 Homer Simpson diz:
Efetuei novamente o teste e com a opção de 2 itens apresentou realmente um erro, neste caso oriento o senhor a efetuar dois pedidos com um item em cada um deles para que não seja apresentado mais nenhum erro.

20:47:18 Daniel diz:
bom, tem dois problemas com relação a isso:

20:47:34 Daniel diz:
1) eu vou pagar um valor maior de frete efetuando dois pedidos em separado

20:48:05 Daniel diz:
2) por causa desse erro, há uma semana atrás, mesmo eu comunicando vocês no mesmo dia, perdi de comprar com frete grátis (promoçào que havia na ocasião)

20:48:50 Daniel diz:
o atendente que falou comigo disse que não tinha erro, mesmo eu insistindo. ele não fez o teste, se negava, pedia para eu entrar em contato com o televendas

20:48:51 Homer Simpson diz:
Compreendo e peço desculpas em nome do Wal*Mart por todo o transtorno, mas no momento essa seria a única opção de compra dos produtos.

20:49:12 Homer Simpson diz:
Ou aguarde o produto entrar novamente em promoção com o frete grátis.

20:49:35 Daniel diz:
e o site vai continuar com erro

20:50:10 Daniel diz:
não acredito que a maior empresa do mundo não tenha interesse em resolver o problema do site e, muito menos, o meu problema

20:50:52 Daniel diz:
esta é a sua resposta final?

20:51:16 Homer Simpson diz:
Neste caso o senhor pode entrar em contato com o Televendas pelo número (11) 3003-6000 opção 1 para que eles possam verificar a possibilidade de ser efetuado dois pedidos e apenas uma cobrança no valor do frete, isso seria o mínimo que podemos efetuar para que o senhor não se sinta prejudicado pelo erro.

20:52:27 Daniel diz:
eu sou deficiente auditivo. Eu não ouço e não falo. Não tenho como entrar em contato pelo televendas

20:52:26 Homer Simpson diz:
Algo mais em que posso ajudá-lo neste momento senhor Daniel?

20:52:59 Daniel diz:
sou surdo-mudo. tem certeza que essa é a minha única opção?

20:53:39 Homer Simpson diz:
Senhor Daniel essa seria a única forma no momento de ajudarmos o senhor com o valor do frete.

20:53:58 Homer Simpson diz:
O senhor pode solicitar para que outra pessoa entre em contato.

20:54:31 Daniel diz:
Muito obrigado pela atenção, Juliano, você foi muito gentil e humano.

20:54:49 Homer Simpson diz:
Para que o Televendas verifique a possibilidade de ser excluído o frete de um dos itens.

20:54:56 Daniel diz:
E passar o meu cartão de crédito para outra pessoa? Nem morto.

20:56:28 Daniel diz:
Entendo sua posição. Está quase chegando às 21h, quando acaba o horário de atendimento e você está cansado, louco pra ir pra casa.

20:57:43 Daniel diz:
Achei que a maior empresa do mundo pretendesse se relacionar bem com clientes portadores de necessidades especiais.

20:59:59 Daniel diz:
será resolvido quando?

21:00:37 Homer Simpson diz:
O erro será solucionado e o senhor pode tentar efetuar uma nova compra no começo da semana.

21:00:49 Homer Simpson diz:
Algo mais em que posso ajudá-lo neste momento senhor Daniel?

21:01:53 Daniel diz:
A essa distância, não. Obrigado.

21:02:06 Homer Simpson diz:
Wal*Mart agradece seu contato e tenha uma ótima noite!!!

Pararam de Processar o McDonalds?

Vem cá. Não era o McDonalds o principal alvo de ações indenizatórias movidas por cidadãos norte-amercianos obesos? Eles não se viram obrigados a mudar a forma de ofertas determinados itens para não estimular o consumo calórico excessivo? Por exemplo, aquela história de oferecer “um refrigerante maior por apenas X a mais” não tinha sido suspensa? A exposição privilegiada das informações nutricionais de seus lanches não tinha se tornado mais do que obrigatório? O estímulo ao alimento sem qualidade não estava sob judice e, até, para disfarçar, colocaram aquelas maçãzinhas hipócritas em um canto qualquer?

Então, por que eu me deparo hoje com este texto estampado nos copos de suco? “A sua boca está prestes a ser invadida por uma sensação de refrescância e sabor sem igual…” Até aí, tudo bem. Tá bonito. Mas “… Você aguenta esperar?” é demais. Os caras querem que tu comece a tomar a porra da bebida antes de chegar o teu lanche. É por isso que servem antes (como em qualquer restaurante), mas apelar para o verbal grafado desta forma no copo é um pouco demais. Viajei?

Parece que o McDonalds, que passou por uma crise recentemente em todo o mundo, está querendo mudar seu conceito comercial. Ao invés de apostarem no giro rápido de clientes, por causa de sua redução, está investindo no aumento da permanência e do consumo em seus restaurantes. Muitos já não têm mais as desconfortáveis mesas e cadeiras fixas ao chão. Substituiram por assentos mais confortáveis para estender a visita dos consumidores.

This Is It

Todo mundo se lembra onde estava exatamente quando soube de alguma passagem histórica importante. O atentado de 11 de setembro de 2001, a morte de Ayrton Senna, de Tancredo Neves. Eu não me esquecerei também do dia 25 de junho de 2009.

Era quinta-feira. Pela manhã, soube do falecimento de Farrah Fawcett, eterna Pantera, sem maiores emoções. À tardinha fui mais cedo pra casa, pois minha mulher tinha reunião às 19h e eu precisava ficar com as meninas. Malu estava vendo desenho e, em uma de suas saídas da sala, dei uma de criança e troquei de canal. Comecei a zapear e parei no Multishow, onde iniciava o clipe de Black or White. Chamei a Malu pra ver. Fazia uns 10 anos que não assistia e fiquei curioso para analisá-lo novamente, ao mesmo tempo que apresentava para minha filha de quatro anos aquele ícone mundial. O clipe era legendado e, enquanto lia os versos para ela, pensava na qualidade da poesia que, mesmo com a tradução literal se fazia competente. “Filha, sabe quem é este?” “Não.” “É o Michael Jackson.” “Ele tem cara de mulher, né, pai?” “Eheheh. É. Tem.” Ela ficou encantada com o clipe, com as danças e efeitos. Quando acabou, saiu da sala novamente.

Na sequência, começou outro clipe dele, do álbum Off The Wall. Estranhei. “Dois clipes consecutivos?”. Minha surpresa durou pouco. Logo, surgiu no topo da tela uma mensagem discreta que dizia algo como “O cantor Michael Jackson teve um infarto e está em coma. Alguns jornais divulgam sua morte”. Claro que levei um choque. Como toda criança, em 1982, tinha (e tenho ainda) o Thriller em vinil. Há poucos anos, comprei em CD também. Imitava seus passos, queria sua jaqueta vermelha, mas, confesso, tinha certo medo do clipe do lobisomem.

Saí procurando um canal de notícias. Parei na Band News que transmitia imagens do hospital. A multidão se aglomerava. “Será uma noite longa”, pensei. Mandei um SMS pra minha mulher: “O Michael Jackson morreu.” Ela me ligou, em seguida, perplexa. Expliquei. Tuitei por SMS “o Michel Jackson morreu?”. Resolvi logar no computador. Todo mundo já tuitava sobre o assunto. A Internet ficou instável. Os jornais, um a um, iam confirmando sua morte, menos a CNN que ainda noticiava “unconfirmed”.

Fiquei torcendo para que fosse mais uma das artimanhas de marketing do astro. E tinha dois bons motivos: além de salvar a vida de um gênio, seria um case incrível. Estava certo que, dentro de alguns instantes, a CNN daria a versão correta e faria o mundo respirar aliviado.

Desde a divulgação dos shows em Londres, Michael não saia dos noticiários uma semana sequer. Primeiro eram 10 shows, depois mais tantos, depois eram cinquenta; a escolha do set list pelos fãs no site, as vendas dos ingressos, os boatos, os fãs… Um trabalho primoroso de marketing e assessoria de imprensa para não tirar o nome do Rei do Pop da mídia. Mas a CNN não seguiu o meu roteiro imaginário e, logo após, William Bonner também emprestava voz para o triste desfecho: “Michael Jackson está morto”.

O artista que começou sua carreira aos cinco anos, vinha passando por um ostracismo musical e financeiro muito grande. Os 50 shows serviriam para colocá-lo de volta no mercado e saldar suas dívidas. Antes da promessa de volta aos palcos, eu comentava com meus amigos que a solução para ele, na minha opinião, seria fazer um show só voz e piano, mostrando todo seu talento inequívoco. Em determinado ponto, subiria sobre o instrumento e executaria seus passos desconsertantes, levando os fãs ao delírio. Mas Jacko era megaestrela e não se contentava com simplicidades. A rotina de ensaios combinada com sua frágil condição física foi arrebatadora.

Michael não queria envelhecer; queria ser jovem pra sempre. E é assim que lembraremos dele.

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Procurando por um link oficial do cantor para colocar neste post, cheguei, é claro, a www.michaeljackson.com. A home está recebendo mensagens de condolências do mundo inteiro, como um imenso blog. Eu postei a minha. Elas ficam publicadas por ordem de data. A minha foi postada dia 27/06, às 4:13PM, junto com outras 150 no mesmo minuto. 150 no mesmo minuto! E já se passaram 2 dias.

Musicalda

Certa vez, minha mulher perguntou por que eu insistia na minha banda e me aplicava tanto na, então, gravação do nosso segundo trabalho. Respondi que procurava por algo que eu tivesse orgulho de ter feito. Sou muito crítico comigo mesmo e, até nas coisas pelas quais nutro certa vaidade, sempre tem um porém que não me deixa 100% satisfeito. O 1º Musicalda Fenadoce foi, talvez, a primeira produção da qual eu participei e que tive plena convicção, sem poréns, da qualidade alcançada e da importância que tem (e que próximas edições terão) para a música e a cultura da região. Claro que já temos uma grande lista de ítens a serem aprimorados, caso venhamos a realizar no próximo ano, mas eu estou pleno e satisfeito com o que já alcaçamos. Foram 255 inscrições, 70% da cidade de Pelotas.

Há 26 anos não acontecia nada similar, plural e nacional por aqui. Outros festivais realizados, pelo que temos conhecimento, sempre foram segmentados em determinados estilos. Qual o problema disso? Nenhum. Mas optamos por um formato em que pudéssemos ter atenções e a inscrições ampliadas. Queríamos resgatar a verve dos antigos festivais da TV. O que pensamos que poderia ter sido uma disputa acirrada entre gêneros distintos, mostrou-se ser muito mais amigável e construtiva do que vemos entre artistas do mesmo estilo. Chegamos a um nível de excelência nos vencedores que, tenho certeza, fez nenhum dos concorrentes questionar o resultado. Algumas variações, é claro, podem ser cogitadas devido a gostos individuais, mas a qualidade dos eleitos é inequívoca.

Em breve, sairá o CD com as apresentações ao vivo das 14 finalistas. Será um belo registro que marcará um momento na história musical da cidade. Eu estou muito orgulhoso de ter feito parte disso.

Chuveiro Elétrico, Adeus

Aquecedor Harman YE2200FE

Durante quase toda minha vida, usei chuveiro elétrico. Pelo menos dos 8 aos 34. Foram aparelhos dos mais chinfrins aos mais sofisticados. Mas posso garantir: todos uma bela bosta. Quando a água é pouca, ele aquece. Quando a água é muita, ele não dá conta. Ou seja, esqueça um banho com pressão e temperatura adequadas se você só dispõe de um espécime com resistência.

No final do ano passado, achamos que estávamos velhos demais para continuar encarando o pinga-pinga quente ou a cascata fria. Decidimos colocar um sistema de aquecimento de água decente em casa. Quebra-quebras, poeira e contra-tempos depois, lá estava ele: um aquecedor à gás com controlador eletrônico. Uma belezinha.

O motivo deste post é compartilhar alguns detalhes do aparelho que acho bem inteligente. Trata-se de um aquecedor de passagem, ou seja, tipo Junker, mas da marca Harman. Ele tem um painel de controle de temperatura que instalamos no nosso banheiro. Através de comandos digitais, elegemos a temperatura ideal. O interessante é a grande economia de gás, visto que só é preciso abrir a torneira quente, já que temos o controle exato em graus celsius. Nos outros aquecedores, não há precisão; deixa-se a água sempre mais quente do que o ideal e é necessário misturar com a fria. Ou seja, gasta-se energia à toa.

Com esse friozão que anda fazendo, nosso display tem ficado nos 43ºC. Um grau faz uma baita diferença. Nos últimos dias, 45ºC. No outono, por exemplo, usamos uma temperatua de manhã e outra pra de noite.

Só tem um problema: nossos banhos, que antes eram rápidos e desconfortáveis, agora são mais longos e prazerosos. Acho que a economia foi pro saco.

A música de Kleiton & Kledir para Pelotas

Tenho dificuldade de entender letras diretas demais. Prefiro aquelas que não dizem tudo na cara, que deixam margem à imaginação. Aquelas que, mesmo que eu não compreenda totalmente, me dê a liberdade de fechar os olhos e pintar o quadro que quiser. Esse sou eu, músico.

Não entendi a exaltação da plateia quando Kleiton & Kledir tocaram, em primeira mão, a ode a Pelotas, no palco do Guarany, há quase dois anos atrás. As pessoas puseram-se de pé. Aplaudiram entusiasmadas. Ovacionaram. E eu perplexo. Não engoli o “pa-ra-le-le-pí-pe-do”. Me desceu atravessado. Nem o “bem-casado” e o “cristalizado” foram mais palatáveis. Citar todos os locais da cidade com didática de um livro escolar não me convenceu.

Semana passada recebi de várias pessoas o link do YouTube para assistir o clipe da canção. Todos adorando e eu, novamente, engasgado, cético, aturdido pela inocência das pessoas. Confesso: até gostei do “dia de jogo” e do “merece”. Mas não era possível que bastasse fazer uma lista com todos os locais da cidade, organizá-los em versos e rimar Areal com Laranjal para que o sucesso fosse garantido.

Gravei o especial deles no Canal Brasil, que passou há uns 3 meses. Resolvi ver hoje. Apresentaram as músicas do novo trabalho. Depois de um grande período sem álbum novo, estavam de volta.

Na minha memória, o último registro que valia a pena da dupla era o disco que trazia a versão para “Bridge Over Troubled Water” e a música “O Analista de Bagé“, entre outras. Tudo que veio depois, parecia uma tentativa frustrada de ser o que não eram mais. Faltava o frescor, o descompromisso, a ingenuidade e a sinceridade.

Mas lá pela terceira música do especial, algumas frases melódicas, algumas sequências de palavras, algum sorriso, sei lá… Algo fisgou aquele guri dentro de mim, que pelos oito anos ouvia os LPs dos Ramil na casa de minha tia, e que acompanhava as letras dos encartes, verso a verso; que decorara as vírgulas e as respirações de cada faixa; que descobria a música de uma forma tão peculiar, com histórias de um lugar tão perto, mas tão perto, que parecia estar dentro de mim. E pior que estava.

Em frente à casa da minha tia, na Rua Apolinário Porto Alegre, onde passei muitos Natais, onde furei os vinis de tanto ouvir, certa vez estavam Kleiton e Kledir. Esperavam o Papai Noel chegar na casa de algum parente que eu não sei bem quem era. Meus primos todos foram falar com eles, pedir autógrafo. Mas não eu. Fiquei espiando de trás da porta, com minha timidez eterna, minha reverência esquisita.

Lembrei disso agora, não sei por quê. Na verdade, nunca esqueci, mas as novas canções do especial da TV me fizeram reviver. O tempero original estava ali. Era Kleiton & Kledir de volta, como antes. Muito material bom e cheio de inspiração. Quando tocou a homenagem à musa Pelotas novamente, mais explícita ainda, por conta das fotos ilustrando cada esquina, cada bairro, cada monumento citados, meu coração já estava aberto, destrancado, aceitando qualquer rima previsível, qualquer palavra óbvia, qualquer melodia repetitiva. Baixei a guarda e juntei-me àquela plateia de pelotenses ufanistas de dois anos atrás. Só não aplaudi, nem gritei porque minha mulher estava dormindo ao lado e as crianças no outro quarto.

Daqui a pouco, minhas filhas irão começar a ter as experiências musicais que levarão para sempre. Quais delas terão o poder de destrancar a fechadura de seus corações e torná-las alvos fáceis da emoção boba e inexplicável?

Big 2

Sim, o imbecil aqui veio de novo no Big. Estou escrevendo este texto, na fila. Pelo menos pra isso serve este tempo de espera. Voltei porque tem coisas que eu não encontro em outros lugares. Aí, eu tenho que vir aqui, pelo menos, de dois em dois meses. Meu plano era fazer as compras no final da manhã, pelas 11h, mas fiquei preso na agência até o meio-dia e quinze. Não deu. Resolvi sair mais cedo, de tarde. Às 18h, me arranquei. Santa ingenuidade. É uma péssima hora. Uns 5 caixas abertos e umas 10 pessoas em cada fila.
Podem me xingar.

Uma família na minha frente veio com 5 pessoas. Que falta do que fazer. O caixa questionou àquela que parecia ser a mãe:
– Como vai pagar?
– Posso parcelar?
– Pode.
– Em quantas vezes?
– Quantas quiser, mas tem juros, senhora.
– De quanto?
Óbvio que a caixa não sabia. Estava prestes a sair em busca da informação. Quase me desesperei em pensar de depois de meia hora na fila ainda teria que esperar ela conseguir a resposta. Fui salvo pela cliente que disse:
– Espera aí. Quanto deu mesmo?
– 68,50.
– Ah, bom! Achei que fosse uns 200. Então, eu faço à vista mesmo.

Neste momento ficou claro pra mim o nível de falta de noção desse tipo de consumidor que frequenta o Big. Eu incluído.

Estou ficando famoso

O site Noite & Cia., do qual sou colunista, acabou de receber uma notificação extrajudicial, de uma grande rede de lojas de artigos femininos, por conta de um texto meu. O artigo, que originalmente publiqueineste blog, é uma crônica bem-humorada sobre “um plano infalível de assaltar a loja tchã-nã-rã” inspirado pelo tocar incessante do alarme do estabelecimento em um horário de funcionamento normal. Obviamente, como não quero sarna-pra-me-coçar, escrevi agora “XXXXXX” em substitituição ao nome da loja. Também aproveitei e retirei as citações no referido texto deste blog. No comunicado, o advogado da loja alega que eu incentivei uma ação criminosa e “ousada” (adorei esta parte) e que infrigi a lei sei-lá-das-quantas que poderia me render de 3 a 6 meses de cadeia ou multa. O cara foi bem mais criativo do que eu. Ele também sugere que a coluna seja retirada do ar imediatamente para evitar processo judical ao veículo. Como foi feito. Diogo Mainardi que me aguarde.

Musicalda Fenadoce

Márcia Casarin acompanhando o desenrolar de sua iniciativa

Estive participando do processo de seleção do Musicalda Fenadoce, na condição de assistente, assessor, por aí. Trata-se de um festival competitivo de música autoral – uma promoção do CDL Pelotas para a 17ª Fenadoce. Com coordenação de Rui Madruga, jornalista e músico, e auxilio luxuoso de Felipe Pita e meu, a ideia lançada pela empresária Márcia Casarin foi tomando forma há cerca de 3 meses apenas, mas não tarde demais para que 255 músicas fossem inscritas.

70% das obras foram de Pelotas, mas artistas de todo o País mandaram material, inclusive sendo selecionados para a etapa semifinal (com apresentação ao vivo) nomes de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.

O motivo deste meu post é comentar a qualidade que a primeira edição do festival está demonstrando. A organização está impecável, os jurados são de primeira, o profissionalismo, ética e imparcialidade apresentados são de tirar o chapéu. Só para exemplificar o compromisso da equipe, o equipamento para a audição na triagem, que elegeu os 20 selecionados e os suplentes, foi sensação: caixas Yamanha N10 conectadas a um amplificador profissional, em flat, e uma placa de som Line 6 impressionou os jurados. Eles tinham experiências bem mais modestas em outros festivais mais importantes e tradicionais.

Apesar do já sucesso do evento, pessoalmente, me decepcionou um pouco a ausência de nomes expressivos do pop/rock, da cidade e do estado, que conheço. Se tivesse havido uma presença mais marcante desse segmento, como eu esperava, teria-se criado um problema em selecionar entre tantas bandas boas. Fiquei meio desapontado neste aspecto apenas. Creio que houve uma descrença na proposta multigênero do evento. Mesmo assim, conseguimos destacar um grupo excelente de canções e intérpretes com reais condições de se estabelecerem no mainstream nacional. Tem pagode, samba, hip hop, reggae, mpb, nativismo, instrumental, emo etc. Todos os ingredientes para um festival bastante competitivo e interessante sob o ponto de vista da representatividade artística e social. Eles estarão concorrendo a uma premiação distribuída de 14 mil reais. São 5 mil para o primeiro colocado. Sem falar na ajuda de custo que somará outros 10 mil reais. São poucos os festivais que investem tanto nos músicos.

Minhas expectativas são as melhores. Estou muito entusiasmado e feliz de fazer parte disso. Viva a música! Pena que por uma questão ética não pude inscrever a minha banda, Água de Melissa. Devido à falta que falei acima sentir, creio que estaríamos selecionados, certamente, sem falsa modéstia.

As duas semifinais acontecem nos dias 8 e 9 e a finail dia 10 de junho, às 20h, na Praça de Alimentação da Fenadoce. Você pode votar em sua música preferida, ajudando a eleger a mais popular, através do site www.fenadoce.com.be/musicalda, até dia 9 de junho.

Acabou a discussão: “tele-entrega” é com hífen

Antes da reforma ortográfica, a discussão era constante. Uns defendiam que o prefixo “tele”, por não exigir hífen, gerava “telentrega”. Outros, mais radicais (que vão na raiz do problema), eram enfáticos: “tele-entrega”. A justificativa era que “tele”, significa distância (telecomunicação, comunicação a distância; televisão, visão a distância; telefone, som a distância) e “tele-entrega” não é entrega a distância, mas telefone-entrega, ou seja, entrega realizada por solictação telefônica. Portanto, “tele”, nesse caso, não seria prefixo, mas a forma reduzida da palavra “telefone”. Mesmo que essa simplificação não seja formalmente permitida na língua portuguesa, para ficar menos errado, seria exigido o uso do hífen.

Eu, por outro lado, sempre preferi pensar que, se foi construído um verbete popular de forma imprópria, problema dele; sua escrita não deveria continuar colaborando com o equívoco. Que fique errado o significado, mas que escrevamos conforme a regra ortográfica. Sendo assim, sempre escrevi “telentrega”. Até porque, a segunda vertente é bem menos assimilada e conhecida do que a primeira e as chances dela ser uma baita de uma viagem é maior ainda.

Porém, depois da reforma que uniu as ortografias dos países de língua lusitana, a discussão foi pro saco. Diz a nova regra que quando a vogal final do prefixo é igual a inicial do radical, usa-se o maldito tracinho. É o caso de “micro-ondas”, coitado. Difícil de se acostumar.

Se você ainda tem a pulga atrás da orelha, acha feio ou tem medo que digam que está errado, use “delivery”, “telepedidos”, “telecompras” ou “ligue pra gente”.