Sempre me envolvo com Copas do Mundo. Não há como não. Mas nesta, em especial, terei motivo extra. Minha filha de cinco anos está em idade interessante para a experiência. É curiosa por países, bandeiras, jogos e pessoas. Aproveitei para voltar a ser criança.
Na Copa da Espanha, em 1982, ganhei o álbum de figurinhas do Ping-pong. Vinha uma por chiclete. Tinha sete, quase oito anos, mas os os jogadores das seleções ainda estão na memória. Hoje em dia, os cinco de minha filha equivalem aos meus oito da época, ou a mais. Não tive dúvidas: “Malu, vamos comprar um álbum da Copa?”. “O que é Copa, pai?”. Comprei.
A publicação é oficial da Fifa. Caprichada, igual para o mundo inteiro e escrita em oito línguas simultâneas. Custa R$3,90. Cada pacotinho com cinco cromos, R$0,75. Levamos 10; 50 figurinhas. Ao todo, são 638. “Puuu!” Quase me arrependi. “Vou gastar mais de 100 paus se nunca vierem repetidas, ou seja, muito mais! Mas o que é uma expulsão aos 45 do segundo tempo?”
Abrimos os envelopes sobre a mesa e falei que antes de colarmos era preciso organizar em ordem numérica. Criei uma linha para cada centena e deixei com ela a ordenação. Depois de breve explicação, fez tudo sozinha, com poucos deslizes e velocidade esperada. Em menos de meia hora estávamos colando. Pena: veio apenas uma do Brasil, mas quatro da Costa do Marfim. As prateadas eram suas preferidas.
Agora estou tentando convencer meus amigos pais e mães a comprarem também. Além da troca de figurinhas e do jogo de bafo serem as partes mais legais de todo álbum, é a única chance que tenho de completá-lo sem ficar pobre.