É um salão de beleza chamado “Saloon”. Cabeleireiros, manicures, depiladoras; essas coisas. Todos vestem-se como no velho-oeste. Eles de chapéu de cowboy, botas, coldres. Ao invés de pistolas, secadores de cabelo, pentes e tesouras. Elas de vestidos com armação e mangas bufantes. A porta de entrada é de vai-e-vem, bipartida — “nhec, nhec, nhec”. Na sala de espera há mesas de bar. Na recepção, atrás do balcão, um barman de colete e tira preta no braço, como um croupier, serve uma dose. Ao piano, um tipo não-sei-de-nada-estou-aqui-por-acaso dedilha um tema de briga dos filmes do Trinity. Clientes têm coxo e vaga garantida para seus cavalos — mas quem vem montado? Na parede um cartaz “Procura-se” traz a foto de um tipo com mullets. Lava-se os cabelos em tinas de madeira perfuradas por balas. A cada por-do-sol, um duelo: a cowbiba da primeira cadeira enfrenta a bandida da última. O Saloon para para ver. De quem será o dedo mais inquieto e que disparará o secador primeiro? A vencedora fará o corte do bofe da cidade vizinha que vem de dois em dois meses cortar o cabelo. Você está no Saloon.
O Homem de Aço
Me criei vendo e revendo Superman e Superman 2 — aqueles com o Christopher Reeve. Eu era — e sou — maluco por esses filmes. Não canso de assistir. Mostrar para minhas filhas virou apenas um pretexto para reviver minhas emoções de criança. Hoje percebo o quanto essas histórias tiveram participação na formação de meu caráter. É uma contribuição que os super-heróis têm para a personalidade de uma pessoa. Acredito nisso.
Foi assim, com toda a expectativa possível, que fui assistir “O Homem de Aço” — o novo filme da DC Comics para o personagem. E fui em grande estilo — no IMAX.
Gostei do que vi no começo. Apesar da direção de arte e fotografia com look 300-aliens-gladiador (muito em voga, e que me aborrece justamente por conta disso), o roteiro, até então, estava bacana. Mantiveram tudo de bom que existia da história do nascimento de Kal-El do filme original, mas com um ar modernoso, claro. Bem esperto! Assim, resgatam o fã antigo sem parecer boboca para a nova geração. Gostei também dos flashbacks que contam momentos do herói enquanto criança e jovem. É certo que o estilo de Nolan, co-autor da história e produtor do filme, não admitiria um storytelling cronologicamente linear.
É bacana também quando pescam passagens dos filmes de 1978 e 1980 e dão novos desdobramentos, como usar um acidente com ônibus escolar em uma ponte, ou mostrar uma briga de bar entre o herói e um encrenqueiro. Foi como dizer “olha, a gente adora respeita os filmes originais, mas agora vamos fazer do nosso jeito”.
As coisas começam a degringolar quando iniciam as lutas. Em uma conta capciosa, devem ocupar cerca de 40% do tempo da película. O problema nem é a quantidade, mas a intensidade. É tudo “over demais” (redundante assim). Não só nas consequências que, por exemplo, o soco de Zod no Superman pode causar, fazendo-o ser lançado de forma a perfurar cerca de 15 prédios, mas pelo estilo frenético de movimento de câmera. Está certo que estava no IMAX, e que cheguei a ficar meio tonto com tamanha inquietude visual, mas foi exagerado. Tudo era assim. Às vezes penso que o estilo serve apenas para mascarar efeitos e reduzir tempo de renderização.
Ao contrário das antecessoras, esta versão tem pouco de humano. É uma ficção alienígena. Não há exploração de personalidades. Os personagens não conquistam, não cativam, não se firmam. Isso é meio recorrente nos filmes de ação atuais. Fico me perguntando como antigamente se conseguia, em menos tempo (sim, porque os filmes de hoje sempre têm mais de duas horas) contar mais coisas, explorar mais os personagens, criar envolvimento maior, sem esse ritmo intenso que se convencionou agora. Hoje, se corre mais — tanto nos diálogos quanto na ação — e se transmite muito menos. Vão falar que estou velho, mas o que fica quanto você sai do cinema? Um zunido na cabeça?
Se você é fã, como eu, da saga antiga, claro, vá ao cinema ver “Homem de Aço”! Se não é, vá também. Agora, por favor, não deixe de assistir os originais.
Um Limão, Meio Limão, Dois Limões, Meio Limão…
Não sou dessas pessoas que chegam em restaurantes e ficam pedindo para mudarem os pratos — “tira a cebola”; “não gosto de pimentão”; “pode trocar o molho branco por de tomate?”. O que tem no cardápio é o que o lugar faz bem feito; é aquilo que desenvolveram para te servir com perfeição. Bom… Essa é a teoria. Eu gosto de fingir que é assim e respeitá-la.
Só que, de repente, me pego dando uma de cliente chato. Tenho tomado limonada sem açúcar compulsivamente. Tipo mulher grávida, sabe? Então, quando peço as bebidas ao garçom, pergunto:
— Vocês têm limonada?
— Não.
— E suco de limão? — só para garantir.
— Também não.
— Tem limão?
— Tem.
— Tem água?
— Tem.
— Então, pode me trazer uma água sem gás e um limão inteiro?
— Claro que sim.
— Muito obrigado.
O problema é que até hoje, em cerca de 15 estabelecimentos a que fui depois do início dessa minha nova tara, nenhum conseguiu me trazer de primeira o que eu queria. O mais comum é trazerem os limões em fatias ou em canoinhas, que é como eles geralmente têm pré-prontos para colocarem nos copos. Um dia um “moço”, extremamente solícito e simpático, perguntou se eu não preferia que ele mesmo fizesse a limonada, batendo na coqueteleira. Senti que não ficaria como gosto e disse que não precisava. Ele insistiu. Repeti que não havia necessidade. Ele insistiu. Concordei para não criar uma discussão. Ele trouxe um negócio quase sem gosto de limão, que deve ter batido com água e uma rodela daquelas.
Na maior parte das vezes eu aceito o que me trazem. Da última, o cara trouxe um “pires” com duas canoinhas de limão (ou seja, meio limão e não um inteiro) e perguntou:
— Precisa mesmo ser um limão inteiro?
Pô, o que tem de tão difícil em me trazer um limão? Paciente, respondi:
— Por favor. Precisa!
Meu Deus É Um Bundão
Todo mundo tem alguém com quem conversa. Alguém dentro de si com quem troca ideia, pondera as coisas, mantém um diálogo intenso e constante. Durante algum tempo chamei isso de consciência.
Mesmo tendo estudado em colégio católico, sempre me considerei ateu. Mas o tempo passa e gente vê tanta coisa na vida — vislumbra realidades, pessoas com as mais diversas crenças, energias que movem o mundo, sente coisas que nunca sentiu, vai ficando velho e com medo de morrer — que passa a considerar a hipótese de que algo maior existe. Também dá para chamar isso de cagaço. Não é bem aquilo que nos incutiram na escola e nem o que tentam nos vender diariamente pelas ruas e televisão. Eu, pelo menos, comecei a criar minhas próprias crenças energéticas e espirituais. Algo para me confortar. Não é nenhuma doutrina. Não daria para escrever em um livro, muito menos neste post. Nem sei se consigo discuti-las com alguém, pois são tão etéreas e pessoais que eu não teria vontade. É um emaranhado de sensações e sentimentos que às vezes faz sentido, outras não, e que vou moldando diariamente. Muita gente pensa assim; tem sua própria forma de ver e explicar as coisas.
Outro dia parei para pensar se esse meu deus tinha forma, se tinha voz, onde ele passava os dias; se ele era físico, uma energia, um suspiro ou uma canção. Descobri que sei exatamente como o meu deus se parece. Fiquei bastante surpreso e decepcionado comigo mesmo. Quando converso com o meu deus, vejo um velhinho, gordo, barbudo, de cabelos brancos, que mora em uma nuvem e fica sentado em um trono grande de madeira. O meu deus é o mais babaca e lugar-comum que podia existir. Ou seja, provável ser a imagem de mim mesmo.
Eu, Eu Mesmo e o Laranjal
Há exatos 13 dias, estou caminhando todas as manhãs no Laranjal. Sem falta. Pego o nascer do sol. Não sei se estou gostando do exercício, de ter um tempo para ouvir música, de colocar as ideias em dia ou do visual, que nunca se repete. Acho que é de tudo e mais um pouco. Jamais pensei que chegaria a ficar ansioso para caminhar cedo no dia seguinte. Pois é. Mas é.
O problema é ter que interromper os passos para fotografar. Já devo ter quase 100 imagens, que, mesmo com o celular, são enquadráveis. Mérito do lugar.
Mas não sou só eu, eu mesmo, a música e a natureza. Apesar de raras, há pessoas que cruzam comigo. E isso é legal de observar.
No primeiro dia, passei por um cara logo na arrancada. Ele fez questão de me olhar e cumprimentar. Pensei: “deve caminhar sempre; será meu colega; quer ser gentil”. No segundo, eu já estava acenando quando percebi que passou reto e nem olhou para mim. Vai entender. Só o vi três dias.
Tem um, sempre sentado, de mochila nas costas e jaquetão de neve. Não sei se foi parar ali através de um portal cósmico. Parece esperar uma carona que nunca chega. No meu vai e vem, passo por ele por três vezes por manhã, sempre estático no mesmo lugar.
Um outro chega mais tarde, com seus cachorros (ou ele é que seria dos cachorros?) e headphones grandes, caminhando lentamente enquanto curte seu som.
Há uma família de gordinhos (julgo serem pai, mãe e filha) que é engraçada. Ele anda sempre na frente. Não por ser mais rápido, pois a distância se mantém a mesma. Acho que não gosta é do assunto.
Tem o irmão da Gigi, o Marcos. Parece que descobriu o horário e o lugar há bem mais tempo. Assíduo como eu.
Aos sábados e domingos, é possível encontrar resquícios da noite. Gente que amanheceu na praia para ver o sol nascer. Carros fechados exalando maconha. Casais de namorados ainda nos bancos do calçadão. Mas tudo família, até hoje. Um cara, provavelmente ainda bêbado, fazia o número-um atrás de um trailer enquanto um vira-lata produzia o número-dois logo ao lado. Se eu fosse um pouco mais cara de pau, teria a melhor foto de todas.
E assim dá para conhecer mais os personagens desta vida, os cenários da nossa cidade e assimilar alguns aprendizados, como: toda a bolha sempre vira um calo.
Tudo Azul. Até Ali
Voei pela primeira vez por uma dessas companhias aéreas cujo preço da passagem é o principal diferencial competitivo — a Azul. A comissária de bordo, logo antes da decolagem, abordou os cavalheiros das poltronas à minha frente, de ambos os lados do corredor. “Nesses lugares ficam as saídas de emergência”, disse. “E aqui estão os prospectos sobre como operar as portas.” Senti que não ficaram confortáveis com a notícia. “São bem leves. Apenas 12kg. É preciso empurrar, firme, com o pé aqui em baixo e puxar, forte, com a mão, esta alavanca.” Uma expressão blasé, como quem diz “simples, assim”, surgiu em seu rosto. “Tenham certeza, em caso de pouso de emergência no mar ou em terra, que não há fumaça ou fogo nas turbinas antes de abrir.” Eu olhei para o lado e compartilhei um riso incrédulo com minha colega de poltrona. A tripulante ainda iria arrebatar com um final majestoso. “Me chamem caso não se julguem capazes de realizar a operação e queiram trocar de lugares.” Ouvi tudo fazendo força para acreditar que o treinamento barato que recebem é mais impactante na redução do preço da passagem do que uma possível economia na manutenção da aeronave.
O Show de Roberto Carlos em Pelotas
Roberto Carlos esteve neste sábado, 13, com seu show em Pelotas. A princípio, o fato de ter passado parte da minha infância escutando três de seus discos não era suficiente para me fazer querer ir ao show. Admiro apenas suas composições antigas e acho que o formato espetáculo, que apresenta nas últimas décadas, um tanto quanto pasteurizado, com seus pout-porris dez-em-um-essa-nao-pode-faltar. Porém, ganhei ingressos de cortesia da RBS TV, que estava promovendo o evento. Foi o que fez eu mudar de ideia rapidinho.
Apesar de uma pequena confusão na entrada — nosso portão estava indicado de forma errada no ingresso — todo restante da organização foi impecável. A estrutura é como a de um grande festival internacional, senão melhor — pelo menos mais eficiente e profissional. Afinal, Roberto Carlos vem realizando turnês desse tipo há bastante tempo, construindo um know-how inevejável em sua equipe. A meia hora de atraso em sua pontualidade habitual, creio que foi ocasionada pelas filas que ainda havia no estádio do Esporte Clube Pelotas.
A primeira impressão ao iniciar o show foi o volume — muito abaixo do comum, não só em concertos de rock, mas em qualquer outro, mesmo em teatros. Tecnicamente, volume não precisa ser alto para ser bom e, depois de duas ou três canções, o operador de áudio provou isso. O segredo de toda boa mixagem, seja ao vivo ou em gravações, é colocar cada instrumento em sua frequência correta. Assim, um não se sobrepõe ao outro, permitindo que tudo seja escutado com perfeição. Quanto maior a quantidade de instrumentos, mais complicada é esta tarefa e mais restrita fica a faixa de frequência de cada um. Porém, no show de ontem, o espaço do espectro em que a voz de Roberto Carlos estava, parecia ter um buraco de segurança abismal só pra ela. Imagine que você tem 40 carros para estacionar em 40 vagas, mas ao invés de colocar um em cada uma, coloca 39 socados em 30 vagas para que um deles (a voz de Roberto) fique com dez vagas só pra ele. Estava assim. Acho que isso prejudicou bastante a percepção de muitas nuanças de alguns instrumentos, porém, a voz do protagonista (que é o que 99,9% das pessoas foi pra ouvir) estava perfeitamente inteligível. Ainda sobre o som baixo, isso também permitiu que, no silêncio reverencial que se instaurava, pudesse-se ouvir perfeitamente, em todo estádio, qualquer expressão mais acalorada de algum fã. Diversos foram os momentos em que todo o estádio riu de alguma declaração de amor vinda da plateia. Em alguns momentos, chegava a ser chato.
Deixando a parte técnica de lado, vamos as percepções emocionais. Entendi por que, nos especiais da Globo, o público composto de atores, diretores e convidados, fica sempre com aquela cara de babaca, como se estivessem hipnotizados. É porque, sim, todo mundo se comporta dessa forma na presença desse ícone da música brasileira. Eu estava assim. Roberto Carlos é mítico, carismático, simbólico, histórico e algumas outras proparoxítonas que não me ocorrem agora. Estar em sua presença é enxergar perfeitamente o GPS que a música popular nacional usou, em sua fase áurea, para percorrer seu caminho. Sem falar na importância emocional que suas composições nos trazem.
Alguns recalcados falam que Roberto Carlos não tem uma grande voz. Se falarem em potência vocal, certamente estão certos. Mas o Rei canta muito bem, não desafina nunca (nem chega perto disso) e sabe, como quase ninguém, o que tem que fazer para suas letras e melodias rasgarem nossos sentidos como uma faca. Pra mim, isso é ser um grande cantor.
Os pontos altos do show foram duas canções menos óbvias (houve poucas, por sinal): “Desabafo” e “Cama e Mesa”. Os momentos em que ele conversou e contou histórias de sua vida, também fizeram os presentes esboçarem sorrisos de satisfação. Senti falta de “Curvas da Estrada de Santos” e “Todos Estão Surdos”, mas esta ele não ia tocar mesmo.
Acabou com a tradicional distribuição de rosas ao som de “Jesus Cristo”. O fato estranho nessa parte é que as primeiras (mais ou menos) dez flores, Roberto beija e deixa sobre o piano. As seguintes, só leva à boca, sem fazer nem biquinho, e atira às moças e senhoras que, a essa hora, já estão se esbofeteando em frente ao palco.
Fiquei feliz em ter ido. Eu precisa desta experiência. Foi um grande show, com grandes músicos e produção, de um grande nome da música popular brasileira.
Esse Amor Não Existe
Isso que chamam de amor não é amor. É paixão.
Amor é o resultado da convivência. A paixão vem de qualquer lugar, em qualquer tempo, sem avisar.
O amor enxerga tudo e aceita, é submisso e complacente. A paixão é cega, vai passando por cima de tudo e nada mais interessa. Tudo tem menos importância.
Amor é passivo. Paixão é ativa. O amor é racional. A paixão é animal.
A paixão é o nosso instinto gritando lá de dentro, querendo sair a qualquer preço. O amor é a jaula onde ficamos sendo alimentados e visitados por turistas.
Amor é escrever e revisar. Paixão é deixar o texto fluir.
Amor é ceder tanto até o ponto de você não ser mais você mesmo. Paixão é deixar-se levar pelo que você é e quer.
O amor faz com que você perca sua identidade em nome de uma nova, conjunta. A paixão é você por inteiro, se jogando de cabeça.
O amor é o resultado de um contrato entre as partes. É acomodação, procrastinação. A paixão é cada um por si. É correria, adrenalina.
O amor é muito mau. É como uma erva daninha que arranca nossos sentimentos; nos torna frios, calculistas, doentes. A paixão nos faz querer viver. Cura a mente e o corpo.
O amor não termina, a gente se acostuma. Pode durar para sempre. A paixão tem prazo de validade. Ela só sucumbe à chegada o amor.
Quando não se confirma, a paixão fica guardada no fundo do nosso mar e, a qualquer estímulo, pode voltar à tona novamente com os pulmões cheios. O problema é que toda paixão tende a virar amor.
Li uma vez que o contrário de amor não é ódio ou raiva, mas medo. Faz sentido, pois o amor nos coloca em uma zona de conforto de onde temos receio de sair. Lá, temos a sensação de segurança. Arriscaria que o oposto de paixão é amor.
Todos precisamos de paixão para viver. Seja pelo trabalho, por uma pessoa, por um projeto de vida. É o que nos mantém vivos, nos levanta da cama, nos enche de adrenalina e nos faz querer viver para sempre.
O segredo é se manter apaixonado. Como faz, não sei. Pensando bem, nem quero descobrir. Se souber, deixa de ser paixão e fica parecido com amor. Mas juro que estou tentando um meio termo. Ah, nós humanos…
O Que Todo Homem Deseja
Cedo da manhã, de saída para o supermercado, mulher se despede do marido que está acordando.
— Tchau, amor.
— Tchau.
— Quer alguma coisa?
— “Alguma coisa”?
— É.
— Tipo “qualquer coisa”?
— É. Qualquer coisa. Tô indo ao supermercado.
— Tipo, gênio da lâmpada?
Fingindo acompanhar o bom-humor matinal do marido:
— É. ”Tipo gênio da lâmpada”.
— Quantos pedidos?
— Vamos logo, Breno! Tô com pressa.
— “Quantos pedidos?”, eu perguntei.
— Um. Só um pedido!
Se fossem três, certamente arriscaria queimar o primeiro com a tradicional técnica que desenvolveu mentalmente durante a vida, para caso um momento desses acontecesse: “eu quero ter pedidos infinitos”. Porém, como era um só, preferiu não correr risco de desclassificação e resolveu ser certeiro, inequívoco; pedir aquilo que todo homem almeja ao acordar com sua ereção matinal:
— Um boquete.
Ela não trouxe nem um iogurte.
Melhore o Sinal Wi-fi na Sua Casa
Estava com problema de sinal wi-fi em meu quarto. O roteador sem fio fica no andar inferior, com uma laje pra atrapalhar. Mandei vir da FocalPrice este aparelhinho — TP-WR700N, da TP-Link. Trata-se de um aparato multifunção. Ele pode ser tanto roteador quanto repetidor de sinal (entre outras coisas). O prático é que já vem com fonte interna e é compacto — basta conectar em uma tomada; sem fios, sem maiores transtornos. Ele também tem entrada para LAN, se você puder levar até ele o sinal de um cabo para ele repetir por wi-fi ou para usar como roteador normal mesmo.
O problema é que ele veio com o setup do firmware em mandarim e, segundo minhas buscas pela Internet, não é possível mudar a língua. Baixei o manual em inglês, mas é bem complicado, pois não mostra exatamente onde clicar, então não consigo “tatear”.
Segui meus instintos e percebi que a primeira tela que aparece ao acessá-lo é o início de um wizard para configuração. Cliquei no botão da direita (para prosseguir, deduzi) e avancei. Comparando com o manual em inglês, escolhi a opção “repeater” e fui adiante. Na próxima tela, também foi barbada: no primeiro campo era para colocar o nome da rede que eu queria repetir e no segundo o número MAC do roteador a ser repetido. Mais abaixo tinha que escolher o padrão de segurança (WEP… e os cambau) e inserir a senha. Por via das dúvidas, coloquei a mesma do roteador principal. Não sabia se tratava-se de segurança para os devices acessarem o repetidor ou para o repetidor acessar o router-mãe.
Sei que deu certo.
Conectei em uma tomada no segundo andar, onde o sinal não é obstruído pela laje e pronto. Rede perfeita no segundo piso. Claro que ele só repete o sinal na intensidade limite do que chega até ele. Se o chega fraco, mesmo que ele lance forte, a banda já estará comprometida. No meu caso o sinal está chegando a ele em intensidade aceitável, então, fiquei feliz. A rede é uma só, com o mesmo nome. Não aparecem duas. O lance é que o sinal sai de dois pontos agora.
Achei este modelo na página da TP-Link do Brasil. Parece ser a mesma coisa, apenas mais caro, imagino.