Gosto de biografias. Depois de ler a dos Titãs (que recomendo a todos que viveram a década de 80; inclusive que o façam escutando seus discos na ordem em que são comentados), estou no primeiro terço da de Roberto Carlos – sim, aquela contestada pelo protagonista e de distribuição cancelada. Escrita por Paulo Cesar de Araújo (conterrâneo do cantor), entre muitos fatos pitoresco – como o de ser recusado, no começo de carreira, em praticamente todas as gravadoras e demitido de uma delas – um fez eu ir atrás de mais informações.
Trata-se do primeiro LP de Roberto Carlos, chamado “Louco Por Você“, ainda sem composições próprias, o qual ele renega e nunca relançou. O livro destaca dois motivos para isso. O principal é que ele semitona no final da faixa de abertura “Não É Por Mim”, no verso “Todo o amor que eu sinto agora”, mais precisamente na palavra “agora”. Baixei o disco para ouvir a façanha do Rei (aqui). O segundo, e talvez mais curioso motivo, é que o então estreante no mercado fonográfico também não teve voz suficiente (sem trocadilhos) para fazer valer sua vontade sobre a capa do álbum. Ele desejava que ela exibisse seu semblante – como em todos seus trabalhos seguintes. Ao invés disso, ela estampou a imagem de um casal, roubada de um lançamento internacional da própria gravadora. Aí está, abaixo, a brilhante idéia do diretor artístico da época, Roberto Côrte Real, responsável também pela contratação do futuro astro.
“o semblante” (to baixando a música)