Certa vez, minha mulher perguntou por que eu insistia na minha banda e me aplicava tanto na, então, gravação do nosso segundo trabalho. Respondi que procurava por algo que eu tivesse orgulho de ter feito. Sou muito crítico comigo mesmo e, até nas coisas pelas quais nutro certa vaidade, sempre tem um porém que não me deixa 100% satisfeito. O 1º Musicalda Fenadoce foi, talvez, a primeira produção da qual eu participei e que tive plena convicção, sem poréns, da qualidade alcançada e da importância que tem (e que próximas edições terão) para a música e a cultura da região. Claro que já temos uma grande lista de ítens a serem aprimorados, caso venhamos a realizar no próximo ano, mas eu estou pleno e satisfeito com o que já alcaçamos. Foram 255 inscrições, 70% da cidade de Pelotas.
Há 26 anos não acontecia nada similar, plural e nacional por aqui. Outros festivais realizados, pelo que temos conhecimento, sempre foram segmentados em determinados estilos. Qual o problema disso? Nenhum. Mas optamos por um formato em que pudéssemos ter atenções e a inscrições ampliadas. Queríamos resgatar a verve dos antigos festivais da TV. O que pensamos que poderia ter sido uma disputa acirrada entre gêneros distintos, mostrou-se ser muito mais amigável e construtiva do que vemos entre artistas do mesmo estilo. Chegamos a um nível de excelência nos vencedores que, tenho certeza, fez nenhum dos concorrentes questionar o resultado. Algumas variações, é claro, podem ser cogitadas devido a gostos individuais, mas a qualidade dos eleitos é inequívoca.
Em breve, sairá o CD com as apresentações ao vivo das 14 finalistas. Será um belo registro que marcará um momento na história musical da cidade. Eu estou muito orgulhoso de ter feito parte disso.