Entre manter um baldinho de merda no banheiro ou correr o risco de entupir o vaso sanitário, eu prefiro a segunda opção. Entre ter que recolher diariamente papéis cagados do baldinho de merda ou assumir o risco de entupir a privada, eu fico com a segunda opção. Entre milhares de papeizinhos cagados voando pelo ar em um aterro sanitário, da lixeira revirada por cachorros em frente a minha casa, do caminhão de lixo, até, ou arriscar de entupir a latrina, eu continuo, mesmo, com a segunda opção.
Há, pelo menos, 23 anos eu coloco papel higiênico no vaso. Estou na terceira casa, desde então, sendo que em uma delas eu morei por 16 anos. Somando todos os meus lares, se tive 5 entupimentos, foi muito. E nada que eu mesmo não resolvesse em 2 minutos. O papel se decompõe muito mais rápido na água do que na terra ou no ar. É muito mais ecológico do que mandar os seus “envelopinhos carimbados” para ficarem voando em um lixão, caindo em qualquer lugar e poluindo, não só visualmente, o meio. É claro que não aconselho a todo mundo que coloque papel em seu vaso se a bitola de seu (calma, não vou falar besteria)… … se a bitola do encanamento do seu banheiro foi subdimensionada. Mas aconselho, sim, que, ao construir, dêem atenção ao correto diâmetro das tubulações para que elas permitam esta prática muito mais higiênica e ambientalmente menos nociva. Aconselho também que condicionem seus intestinos a liberarem-se, diariamente, no horário antes de um banho, o que facilita muito e garante um bom acabamento na limpeza; que gastem a quantidade mínima de papel para fazer um serviço bem feito, prefirindo despender maior volume de celulose mandando cartas para os amigos distantes, desenhando com giz, nanquim, lápis, escrevendo diários, ou fazendo qualquer outra atividade com um pouco mais de glamour do que limpar a bunda com uma quantidade enorme de papel. E não me culpem! Eu não gastei nenhum centímetro de papel para escrever isto. Ah! E, antes que alguém levante a mão amarela para me acusar, eu não tenho a bunda nem os dedos sujos! :)
(Se alguém souber de algum aspecto técnico que eu desconheça, por favor, deixe-me saber.)
Puts!! Achei esse blog por acaso… Tava procurando música do Casseta e Planeta. Achei muito massa!!! Parabéns!! Adorei essa do cocô. E concordo plenamente. Mas me diga, tu mesmo é o autor? Dá licença… vou copiar e espalhar na net. Também sempre detestei esvaziar cestinhos de “papéis timbrados.” :) Valeu…
Oi, Anne. Obrigado pelas palavras. Sim, eu mesmo que escrevo, a não ser quanto cito o autor :)
eu tambem ponho os papeis no vaso. mas ate onde eu sei, nao eh uma pratica recomendavel. o fim da linha dos esgotos eh um grande poco onde o coco eh consumido por bacterias. essas bacterias nao consomem o papel ou outras substancias, que depois tem que ser retiradas desses pocos. entao, acredito que se todos colocassem o papel no vaso esse processo teria problemas.
Bom saber que não sou o único a adotar essa pratica. =)
Bom, Eduardo, o dia que eu perceber que mais de 30% das pessoas fazem isso, vou pensar em uma solução melhor :)
nao sei desenhar, logo, me limpo bem direitinho.
Bom, sou apenas arquiteto, não sou bioquímico, mas pelo que sei, as bactérias consomem quase tudo o que chega no poço negro ou sumidouro mas de uma forma ou de outra, com ou sem papel, este TÊM que ser limpo sempre, de preferência a cada ano, mas em geral se limpa de 5 em 5 anos. O problema maior é que o sumidouro funciona assim: primeiro os dejetos chegam do esgoto para a fossa séptica, onde o material mais pesado decanta e fica no fundo, enquanto o líquido com as partículas mais leves passam para o segundo estágio de filtragem, o filtro anaeróbico, poço negro ou sumidouro, onde essas partículas contidas na água são absorvidas pela terra através de pequenas aberturas nas paredes do sumidouro. Sendo assim, se as partículas de papel se acumularem de tal maneira nessas aberturas, ou até mesmo nos minúsculos espaços entre os grãos de brita, areia ou terra mesmo ao redor do sumidouro, este solo se torna impermeável causando o conseqüente trágico transbordamento do poço negro. Continua…
[continuação] …Pois é, ao invés de papeizinhos carimbados voadores, terás um lago fétido no pátio, no jardim, na garagem ou ainda na calçada da sua casa. E tem mais, não é só papel que pode fazer isso. Amaciante em excesso nas máquinas de lavar roupa, acabam por criar uma “gosma” impermeável nas paredes do sumidouro, causando o mesmo problema. Raízes de certas vegetações plantadas próximas ao sumidouro, atraídas pelo conteúdo fertilizante dos mesmos (a grama é sempre mais verde perto dos sumidouros), acabam também por entupir os furos de drenagem. E assim por diante. Isso vem de bastante experiência, algum estudo e um pouco de imaginação. Seria ótimo se todos tivessem esses sumidouros em suas casas, escritórios e tal, mas onde passa rede pública de esgoto, o pessoal simplesmente liga direto ali e leva tudo sem tratamento, muitas vezes até desaguar nos rios e mares. Continua…
[continuação] …Agora a grande solução seria ter aterros sanitários adequados, não ter catadores abrindo os sacos de lixo nas cestinhas da calçada, chuveirinhos “lava-bunda” ao lado dos vasos sanitários, tratamento de esgoto em 100% das edificações, e das cidades, etc. Provavelmente isso nunca aconteça. Desculpa alugar teu blog! Abraço.