Nunca estudei a teoria de Einstein sobre espaço-tempo, mas, como um perfeito idiota preguiçoso, penso a respeito.
Acompanhe. Se uma imagem é a reflexão da luz em um objeto; se a luz leva um tempo X para percorrer uma distância; se quanto mais longe estivermos de algo mais tempo leva para o vermos; se com um telescópio muito foda podemos ver galáxias e planetas como eram em algum tempo passado; se pudéssemos viajar acima da velocidade da luz, poderíamos ver a nós mesmos no passado. Bom, até aí, tudo bem. É possível ver o que passou, em teoria. Mas e para testemunhar o futuro? Se quanto mais rápido nos movemos — acima da velocidade da luz — mais retroativa é a visão de nosso ponto de partida, significa que quanto mais devagar ou parados estivermos poderíamos ver o futuro? Eu sabia que a lerdice, a falta de ânimo e movimentação poderiam levar a algum lugar! Basta esperar que o futuro chega.
Bah, tu viajou no tempo.
Considerando a velocidade do som, é melhor pedir uma versão legendada do futuro.
E justamente não seria esse o princípio da Internet? Para andar, precisa-se andar por algo. Daí, o tempo é indissociável do espaço. Não há tempo sem espaço, não há espaço sem tempo. Onde não há matéria, não há luz. Buracos negros. A aceleração da luz não só comprime o tempo, como passa a comprimir (a percepção d’) o espaço por encadeamento. Encurtam-se as distâncias. Passa-se a viver num futuro antecipado. Se, por inversão, somos nós que desaceleramos (aqui a velocidade teria de ser negativa) então poderíamos ver um futuro mais real, sem a internet. Agora, como a luz funciona por reflexão, já não teríamos como reconhecer a nós mesmos, pois estamos sempre dissimulados no espaço-tempo. Logo, o preço para o futuro chegar é deixarmos de ser quem somos e nos tornarmos apenas imagens. E na Internet estamos parados. Mas a luz é ainda acelerada. Na tela, o futuro já chegou. E não nos dá tempo para pensar, só para visualizar e tentar memorizar tudo.