Sempre achei (e continuo achando) ridículo o modo como um torcedor “ama” o seu time. Por que um seria melhor que o outro? Até parece que o motivo que fez a pessoa optar por um clube ou por outro foi algo baseado na razão. Se assim fosse todas as discussões entre gremistas e colorados, palmerenses e corintianos, flamenguistas e fluminenses até poderiam fazer algum sentido. Mas não. Geralmente, escolhemos nosso time quando crianças, antes mesmo de sabermos escrever nosso nome, por influência do pai, de um tio, ou de algum amigo que gosta mais de futebol do que as pessoas de nossa família.
Mesmo sem cultivar o gosto pelo esporte mais difundido no Brasil, defini os meus times desde cedo (sim, eu escolhi vários: um para cada nível de abrangência geográfica). Em Pelotas, sou Brasil, por causa do meu tio que me levava a alguns jogos na Baixada. Em Porto Alegre sou Grêmio, por influência de meu primo porto-alegrense Mateus. Em são Paulo eu tinha simpatia pelo Corinthians, pois ganhei uma camiseta de uns parentes que moravam lá. No Rio, eu escolhi o Flamengo. Este foi por causa do Zico. Todas essas escolhas se deram antes de eu entrar para o colégio. Eu também tinha uma bicicleta azul e costumo dizer que a pessoa também sofre a influência da cor de sua primeira bicicleta – no meu caso, Grêmio.
Ontem, sem nem saber direito o que estava acontecendo no futebol brasileiro – só sabia que o Grêmio estava na segunda divisão e lutava para subir de novo – meu tio (aquele Xavante) veio nos visitar e pediu que eu ligasse a TV para assisir o finalzinho do jogo Náutico x Grêmio, que definiria o destino dos times para o próximo ano. Bom, todo mundo deve ter visto notícias sobre esse jogo, então, vou pular a parte de contar como foi o final. Só vou dizer que nunca vi nada igual e nem uma final de Copa do Mundo seria tão emocionante.
A partida de ontem deve ter feito muitas crianças escolherem o seu time. Hoje, eu também escolhi de novo o meu: eu sou Grêmio, mais do que nunca, pronto para discutir com qualquer colorado.
eu tinha uma ceci amarela, e torço pro farroupilha. e antes de tudo, uma “belininha” (era esse o nome?) vermelha e um irmao flamenguista doente. o ultimo jogar do flamengo q eu vi jogar e lembro o nome foi o gilmar..
Também nunca entendi e nunca escolhi time para torcer. Como a pergunta é constante, resolvi que diria que torço para o time mais geograficamente próximo da minha residência. Depois me dei conta que isso significa que eu estava torcendo para o time fazer sucesso, o que significaria mais jogos perto da minha residência – e buzinas, pessoas gritando e todo festival humano que acompanha jogos. Então agora eu torço para o time geograficamente mais distante de mim. No momento é o Zhi Ha Jia, na China.
eu só vejo futebol em copa do mundo. e em alguns casos, dependendo do treinador, eu torço contra o Brasil.
Augusto, se tem uma coisa que me irrita é o brasileiro achando que é melhor do que os outros. Não interessa se é ou se não é. Às vezes até pode ser. Mas aquele discurso que o Brasil tem obrigação de ganhar dos outros ou que o futebol do brasileiro é muito mais bonito, etc… O jogo é legal justamente porque não se sabe quem vai ganhar ou perder. Se na Índia o esporte mais difundido fosse o futebol, tenho certeza que eles seriam melhores do que a gente. Agora, que tem uns técnicozinhos, tipo Wanderley Luxenburgo, que merecem ter torcida contra, tem. :) Nunca vi alguém tão burro ser tão reconhecido por sua “inteligência”. E não estou falando só em termos de futebol.