Todos vestiram a camisa do seu time. Os de bicicleta, os do ponto de ônibus, os motoboys, os frentistas e os que atravessavam a rua. Os vendedores de jornal e até os descamisados a vestiam. A moça que abria a loja estava com a vermelha. O dono do escritório, com a branca. Um ia pro trabalho com a bandeira nas costas. Eles não estavam comemorando uma vitória. Não celebravam uma contratação, nem a chegada de um novo patrocinador. Não era aniversário do clube e nem tinham subido de divisão. Não havia sido lançado um novo uniforme – cada um usava o que tinha em casa, de anos. Não comemoravam a eleição de uma nova diretoria nem achacavam a derrota de seu rival. Sua sede não estava sendo reformada.
O nome do seu time aparecera nos noticiários nacionais e internacionais, com exposição inédita. Mas eles não celebravam nada. Na verdade, não havia nada para ser comemorarado.
Como Xavante de coração, posso dizer que hj estou travado!!! Travado mesmo, não consigo me mexer, não consigo trabalhar, não consigo conversar, não consigo… é muito difícil!
Muito foda isso. Muito triste. Espero que o clube e a cidade se recuperem desta tragédia da melhor forma possível.
que lindo texto, cuca!
Síntese perfeita da tragédia que aconteceu com o Xavante e do sentimento dos pelotenses nessa hora. Bjs