Tenho saudade de minha ingenuidade. Do tempo em que eu achava que quanto mais recheio, melhor o pastel; que dez anos depois eu e todos meus amigos iríamos assistir a Copa na França (havíamos prometido); que os professores sabiam de tudo; que a polícia cuidaria de nossa segurança; que faltava muito tempo para eu virar adulto — nunca chegaria; que quanto mais “baixinho”, mais legal o carro; que o músico que tocava mais notas por segundo era o melhor; que música boa tinha que ter muito grave; que café só com muito açúcar; que filme tinha que ser explicado no final.
Tenho saudade do tempo em que eu queria ser bombeiro.