Desenrolou o tempo. Estendeu-o sobre uma tábua de passar roupa. Desamassou com ferro os enrugados. Contornou as casas com o ponta quente. Fez o mesmo com os botões. Borrifou água onde estava mais conturbado e alisou várias vezes. Virou do avesso e repetiu o processo. Dependurou no cabide e guardou no armário. E lá ficou o tempo, perfumado, à mercê do mofo outra vez, pronto para a próxima necessidade. Torceu para que fosse logo.