Ambíguo

Venho escrevendo isto há algum tempo.

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É o que me mata, me mantém vivo
É o meu crime e meu castigo
É minha dor. É meu alívio
É meu lado ambíguo

É meu veneno e meu antídoto
É meu sufoco e meu respiro
É meu relento. É meu abrigo
É o que eu suplico

É meu vento e meu vestido
Meu estilingue e meu vidro
É o meu filme. É o meu livro
É só meu prejuízo

É meu cheio e meu vazio
Minha prece e meu sino
É meu brinco. É meu ouvido
É meu sorriso contido

É congelar ao sol
Pescar o anzol
É tempo perdido
É reler o relido

É autodestruição
Pular do avião
É furar o balão
Sou eu em cacos de vidro

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