Dando sequencia à série sobre situações curiosas em restaurantes de Pelotas, é a vez de outro campeão: o Aki na Praia (do Laranjal). Pra quem não conhece, é uma parillada com dono castellano que serve também pizza uruguaia – daquelas que predominam em nossa cidade: massa grossíssima de pão com a cobertura geralmente embebida em um cataplasma de queijo farinhento, daqueles que se compra de balde em macroatacados. Alguns – acreditem – dão nome a isso de catupiry ou de cheddar, quando tem um corante alaranjado misturado à farinha. Mas o forte da casa são as carnes, com destaque para molleja, sempre perfeita e no ponto, e para o “entrecot au poivre vert” (em francês “à pimenta verde”) que os garçons ignoram a pronúncia correta e, provavelmente, o significado do nome do prato. Dizem que o propietário era fotógrafo da National Geographic e que abandonou a profissão de muitas viagens para ganhar qualidade de vida. É a lenda do lugar. Cada um que se preze tem a sua.
Há uns 3 anos em um novo ambiente mais amplo e agradável, conta até com um miniplayground interno, que é bastante útil para quem tem crianças e mesmo para quem não tem e deseja não ser importunando pelas dos outros. Mas é aí que começa a ficar engraçado: o espaço infantil fica dentro da ala de fumantes.
Uma vez, ainda na sede antiga, minha mãe, desgostosa com o grau de higiene das toalhas, perguntou se não as trocavam nunca. Prontamente, o garçon respondeu que tinham apenas um jogo de mesa, mas que lavavam de 15 em 15 dias, com tom de voz como se a providência fosse um exagero de assiedade.
Em outra ocasião, as azeitonas que acompanhavam o prato estavam mofadas. O atendente, com grande naturalidade e convicção argumentativa, defendeu-se alegando que haviam comprado um pote muito grande e era preciso acabá-lo antes de renovar o estoque.
Certo sábado, com movimento bombando, a dificuldade em sermos atendidos era tanta que resolvemos usar o celular e ligar para a tele-entrega do próprio local de modo a pedir a conta. Graças a Deus, fomos liberados da taxa de entrega. Outro lugar para ir de bom humor.
Para acabar o relato com críticas mais positivas ao Aki na Praia, deixo meus cumprimentos pelos simpáticos garçons e pelas panquecas de doce de leite (Conaprole). Não dá para comer a porção sozinho, devido à grande quantidade de açúcar, mas são fenomenais – guarde espaço para elas e peça junto com um copo d’água.
Esses tempos fui nesse restaurante aí e dei o azar de sentar na mesa que dava de costas pro tal do playground. Mil crianças ali brincando e óbvio, gritando. Até que tive a belíssima idéia de fechar os vidros que separavam a minha mesa do recinto infantil. Fui aplaudida por pelo menos, umas 4 mesas. Beijos
Ehehe. Cada um com seus “pobrema”. O meu é me livrar das minhas crianças para eu poder jantar. O teu é te livrar das crianças dos outros. Mas o bom é que dá para fechar os vidros.