Lá vem o Cuca de novo falar do Shyamalan. Sim, finalmente, eu vi A Dama da Água. Depois do filme ser açoitado pela crítica e esnobado pelos espectadores, minha expectativa com relação a ele deveria estar baixa. Mas como eu estou acostumado a esse tipo de opiniões, desprovidas de crédito algum, com relação aos filmes de Shyamalan, fui esperando ser surpreendido por algo bom, no mínimo. Também estou me doutrinando a não levar preconceitos para a sala de cinema e nem para a minha própria, o que, sem dúvida, se eu obter sucesso na empreitada, me fará uma pessoa melhor.
Por que as pessoas não gostaram, a priori?
Trata-se de uma fábula, só que transcorrida em um ambiente contemporâneo, em meio a pessoas comuns. Quem é fã do Senhor dos Anéis, certamente deve ter torcido o nariz para a história. Não tem o cenário, o figurino, os efeitos visuais, os copy+paste e nem, muito menos, a pretensão da trilogia e seus clones. Se assim fosse, todos amariam. O público convencional, realmente não está acostumado a engolir produções que não vêm, de fábrica, mastigadas, salivadas e cheias de catchup. Os personagens do filme, não questionam as sobrenaturalidades que vão acontecendo. Todos acreditam piamente na história que o protagonista Cleveland (o excelente Paul Giamatti), está embarcando. E isso, talvez seja outro motivo para o desagrado do espectador. Afinal, ninguém tem orelha pontuda, nem é anão ou morto-vivo – são pessoas como eu e você – e, segundo a realidade e o convencionalismo adotado por Hollywood, pessoas normais não acreditam facilmente nas outras e no fantástico. Mas Night Shyamalan sabia disso e, para levar às telas o conto-de-fadas que criou para seus filhos, colocou um personagem para dar um tapa-com-luvas-de-pelica em seus mais fervorosos críticos. Mr. Farber (Bob Balaban) interpreta um desse tipo. A cena em que sucumbe, devido a sua própria incredulidade diante de uma história fora dos padrões, é o ponto alto do filme.
No mais, é um filme muito bom que mostra como as pessoas de hoje dão mais atenção aos acontecimentos externos do que aqueles que se passam dentro delas mesmas.
eu gostei do filme, só acho que ele poderia ter escolhido um cara melhor que ele pra fazer o papel de escritor, e ter achado uma ninfa menos feia.
Ah, é. Isso é. Além do que ele é muito, muito… coisinha. :)