Taylor Swift e o jeito errado de vender ingressos

Já escrevi uma vez sobre o desgosto que megaeventos musicais sempre me trazem sob o aspecto da experiência frustrante em diversos aspectos do evento (leia aqui). Agora, a decepção é com relação à compra de ingressos para minha filha ir na Taylor Swift.

Os sites especializados adotam a mesma estratégia: todo processo é criado para gerar a sensação de urgência e escassez: “compre agora!”, “garanta o seu!”, “vai acabar!”, “vai ficar no segundo lote será mais caro!”. E aí se monta uma corrida de fãs histéricos em busca do tíquete dourado.

Para ter uma ideia, a quantidade de lugares para os primeiros dois shows que Taylor Swift fará em São Paulo, em novembro de 2023, é de, aproximadamente, 80 mil espectadores no total (depois abriu um terceiro), mas a fila virtual ultrapassava um milhão de dispositivos conectados. Isso indica algumas coisas: (1) muita gente quer ver a cantora; (2) muita gente está acessando com mais de um dispositivo, para aumentar suas chances de pegar um lugar melhor na ordem de espera (são distribuídos de forma aleatória pelo sistema na hora em que está marcado o começo das vendas); (3) tem muito curioso que não vai comprar, mas participa do processo, atrapalhando a vida de quem realmente quer (um ingresso colocado no carrinho sem finalizar a compra, fica bloqueado para outro pretendente e o sistema alega não haver mais disponibilidade); (4) isso sem falar nos cambistas virtuais, que devem estar bem organizados para comprar em grupo o maior número de ingressos possíveis.

Outras dúvidas surgem do fato que a produção do espetáculo não informa quantos ingressos há para cada setor, criando algumas hipóteses conspiratórias. Por exemplo, será que a grade da pista premium não vai se afastando à medida em que há mais interesse em ingressos desse tipo? Quantos ingressos há para meia-entrada? Será que essa quantidade não é “flexibilizada” de acordo com a venda de inteiras? O certo é que todo processo é muito misterioso e não transparente, levando o fã, em quase todos os casos, a embarcar em uma jornada aflitiva que o faz pagar mais do que pretendia no início do processo.

IDEIA MAIS EFICIENTE PARA O PRODUTOR, ARTISTA E FÃ

Inspirado em algumas técnicas de venda utilizadas pelo mercado imobiliário, pensei em um formato melhor.

  1. LISTA DE INTERESSE. Antes da venda, o site abre inscrição para os interessados. Com um limite de quatro ingressos por CPF, o interessado deve arcar com R$ 100 por lugar. A adesão não tem limite total. Pode-se ter 1 milhão de cadastros para um show para 40 mil pessoas. Só quem realmente deseja ir ao evento participa do processo, afugentando curiosos e dificultando a vida dos cambistas. Esse processo também sinaliza para a produção do show e para o artista se é preciso abrir mais datas, qual o patamar de valor do ingresso pode ser praticado, e qual é a taxa de conversão que geralmente acontece. Claro que o valor ser devolvido ao cliente, sob a forma de desconto na etapa posterior de efetivação de compra ou em caso de desistência.
  2. VENDA. Haveria um sorteio entre todas as pessoas que entraram na lista para definir quando ela poderá comprar seu ingresso. Cada conjunto de 5, 10 mil pessoas teria um dia para converter seu interesse ou teria o investimento devolvido.
  3. TRANSPARÊNCIA NO PROCESSO. O sistema iria divulgar claramente quantos ingressos de cada tipo existe para cada setor e tipo. Ao final de cada etapa de venda, os dados seriam atualizados.

Me parece que a ideia acima não diminuiria a sensação de urgência e escassez, que faz vender mais ingressos, e ainda traria outras vantagens aos organizadores, como previsão de interessados, melhor definição de quantidade de datas, melhor definição de preço de ingresso, menor custo de servidores, maior tranquilidade de organização e credibilidade no processo.

Invenções para conversas informais (ou não) em grupo

1. Um sistema que identifique as vozes de cada pessoa em uma conversa e mostre em um placar, em tempo real, o tempo que cada uma falou.

2. Cada pessoa teria um controle remoto, que pressionaria o botão para se inscrever para falar. O sistema, inteligente, ordena a vez de cada um é mostra em um placar (poderia ser o mesmo da ideia anterior). A “inteligência artificial” (só porque está na moda) não levaria em consideração apenas a ordem em que as pessoas pressionaram o botão pedindo a vez: se alguém que pouco falou pedir voz, passaria na frente de quem monopolizou a conversa demais.

Obviamente, isso tudo poderia ser um aplicativo de celular com todos conectados em rede.

Sim, na minha família falam todos ao mesmo tempo, em assuntos misturados.

Meu cachorro fugiu

Dobrei na minha rua e, a uns 400 metros de casa, a Stela chamou minha atenção:

Olha! Não é o Luke?!

Luke é nosso cachorro. Um golden retriever de quatro anos. Estava se cheirando com um vira-latas. Tinha fugido quase chegou na estrada! Passei a direção para a Stela e desci do carro:

Luke! Luke! O que tu tá fazendo aqui?! Vem cá! — Me olhou mas não veio. — Luke, vem! Vamos pra casa! — E ele obedeceu.

Foi me acompanhando na frente (ou eu acompanhando ele, não sei). Parava em algumas plantas para marcar território. Cheirava outros cachorros que latiam nos portões. Algumas vezes tive que pegar pelo cangote e puxar para ele vir. Não está acostumado a andar na rua. Achei estranho que estava babando demais.

Quando chegamos em casa, minha filha, já sabendo da história:

Pai! Pai! Mas o Luke tá em casa!

Aquele cachorro era igual ao Luke — mas idêntico! Ele me obedeceu, arrastei pelo couro e trouxe para dentro do meu pátio, mas não era o Luke! Eu sequestrei o bichinho de alguém! Realmente, havia estranhado que não senti a coleira quando peguei pelo pescoço. Mas as semelhanças, tanto físicas quanto de temperamento, do jeito de andar etc., eram as mesmas. Só podia ser do mesmo canil.

Imediatamente, mandei mensagem para a Roberta, dona do canil, perguntando se sabia de algum outro golden que morasse perto da gente. Em 30 minutos a dona entrou em contato para ir buscar o fujão. Mandei fotos e rimos da situação.

A raça é pacata, vai com todo mundo. Uma personalidade, realmente, amável, tanto que o sósia permitiu que eu ralhasse com ele, puxasse pelo cangote, tirasse ele da frente da sua casa e o trancasse na minha!

Mas a situação não foi só pitoresca. Serviu para a reflexão: não reconheci meu próprio cachorro, mas tenho certeza que ele me reconheceria entre milhares de pessoas bastante parecidas comigo. Acho que não estou sendo um bom amigo.

(Na foto, o sósia, molhado da chuva e o Luke, se refrescando no verão.)

Estou acompanhando o Big Brother

human eye, watching eys, bbb

“Assisto” apenas através dos relatos que minha filha maior traz durante os momentos de conversas em casa. Ela está empolgadíssima; fissurada. Aliás, é desde a edição passada, quando a Globo superou a queda da audiência incluindo digital influencers no grupo de participantes. Foi genial! Tanto que o Silvio Santos já tinha feito algo idêntico há 20 anos na Casa dos Artistas. Fazer algo que o Silvio já fez há duas décadas é sempre genial. :)

Só que sábado à tarde, quando liguei a TV, estava passando um flash ao vivo do programa. Para ter assunto com a Malu, fiquei alguns minutos assistindo, antes de colocar no final da terceira temporada de Cobra Kai. O “plantão BBB” era para mostrar que havia tocado o “big phone”. Um cara fantasiado e embrulhado em uma caixa, estilo das de fósforo, atendeu. A voz demoníaca do outro lado disse pra ele salvar uma das três pessoas que estavam indicadas ao paredão e, que se ele fosse uma delas, poderia se salvar. Foi só ele que ouviu a mensagem. Imediatamente, ficou meio desnorteado, pensativo, aflito.

Ele chamou as pessoas e compartilhou com todos a mensagem. Ofegante e nervoso, proferiu: “eu vou correr o risco… Vou me salvar do paredão”. Foi então eu soube que ele estava no paredão. Algumas pessoas vieram pra volta dele dizendo: “relaxa, qualquer um faria a mesma coisa”.

Segundo as palavras dele qual “o risco” que correria? Da imagem pública que se formaria sobre ele por ter salvado a si próprio e não outra pessoa? A Malu já tinha me dito que os participantes desta edição estavam com um comportamento bizarro de tão politicamente correto; totalmente fora do aceitável de tanto mimimi. Olhem o nível em que chegamos: o cara, em um jogo no qual entrou para ganhar, para não ir pro paredão, para se salvar, para chegar na final, tem esse tipo de dilema com medo do que vão pensar dele.

Eu não tô acreditando. Chega a ser incorreto de tão politicamente correto 😱

As regras centenárias do futebol

A Fórmula 1 altera regulamento todo ano. Assim, oferece mais desafios às equipes e pilotos, além de aumentar a competitividade e renovar o interesse dos apreciadores.

Por que o futebol não se inspira nesse pensamento?

A adoção do VAR foi a única grande mudança que vi. E não se tratou de regra mas de arbitragem — para verificar com maior eficiência AS MESMAS REGRAS.

Proponho, então, O FIM DO IMPEDIMENTO PARA 2021!

O que aconteceria? Mais gols. Uma necessidade enorme de alterar pensamentos táticos — o que seria bom até para o combate ao Alzheimer de técnicos, jogadores e torcida!

Mas sério, é uma das poucas regras que não têm uma justificativa para existir. Por exemplo: lateral, escanteio e tiro de meta, servem para que a bola não saia dos limites do jogo. É importante ou o jogo entraria nas arquibancadas, chegaria às ruas… Falta e pênalti servem para conter a violência e tentar que o jogo fique dentro da civilidade e do espírito esportivo. Idem os cartões amarelo e vermelho. Toque de mão serve para que o jogo continue se chamando “football”.

Agora, o impedimento serve pra quê?! Se ambos os times pudessem receber a bola à frente de seus adversários, não significaria vantagem para algum deles.

Imagino que a regra exista pra que o jogo seja mais aberto e não tão concentrado perto do gol. Mas acho que seria legal um ano de teste sem impedimento.

Vocês devem estar percebendo que não entendo nada de futebol. Entendo de criar elementos que atraiam a atenção das pessoas, vendendo mais ingressos e patrocínios às transmissões. :)

Comparação da Sony RX1r com iPhone 11 Pro

Mais uma vez estou cometendo o desatino de comparar a qualidade de imagem da Sony RX1r com o novo iPhone: agora, o 11 Pro, que tem a melhor câmera de um smartphone já lançado — segundo minha magnânima opinião.

Já fiz outras comparações com a mesma full frame neste blog. A primeira foi com a minha câmera anterior, uma Leica D-Lux4, e a segunda com um iPhone X. Aparentemente parecem testes sem valor, tendo em vista se tratarem de equipamentos com preço e características estruturais totalmente diferentes — e para finalidade também distintas. Porém, para mim, fazia todo sentido já que a questão era “qual equipamento devo levar para o passeio, a viagem ou aquela festa?” A Leica tinha 50% do tamanho da RX1r, e os celulares 25%. Sacou?

Então, vamos ao processo.

  1. Elegi um objeto com bastante detalhes e bem colorido: uma orquídea com pétalas de diversas cores.
  2. Usei a câmera com abertura 4.0, pois achei que seria semelhante à do iPhone. Ao analisar as imagens, descobri que deveria ter fechado mais o diafragma par algo com 16. Vocês irão notar que o fundo desfocou muito. Mas como isso só traria revés para a Sony — e estava confiante nela! — não repeti o clique. E aí se apresenta uma das desvantagens do telefone: não ter controles sobre abertura e velocidade — você fica à mercê da vontade do equipamento.
  3. Como a resolução da RX1r é bem maior que a do telefone, foi preciso ressamplear a imagem gerada por ela para se equivaler à do iPhone 11 Pro. E isso é outro complicador para a câmera: redimensionar a imagem sempre piora porque entrelaça os pixels e embaça um pouco. Mas vamos ao teste.

Abaixo as duas imagens. A primeira é da Sony RX1r e a segunda é a do iPhone 11 Pro. Você pode clicar nelas para ver em tamanho completo.

Tenha em mente que você deve comparar apenas o objeto em foco, já que cometi o deslize de não aumentar a profundidade de campo da RX1r para se equivaler ao iPhone. Portanto, objetos periféricos ao assunto, perdem nitidez. Não foram feitas correções de cores, a não ser às que o próprio smartphone aplica automaticamente, como HDR e os cambau. O teste aqui é de óptica e não sobre qual a imagem é entregue “de forma mais rápida do jeito que você queria”, até porque o iPhone não te dá a gama de opções de uma câmera semiprofissional.

Imagem Sony RX1r
Imagem iPhone 11 Pro

Agora, coloco, lado a lado, um corte do mesmo ponto das duas imagens, sem ampliar mais do que a qualidade original acima. Ou seja, pixels em 100%. De novo, a primeira é da Sony RX1r e a segunda é do iPhone 11 Pro. Você pode clicar para ampliar.

Detalhe comparativo. à esquerda, Sony RX1r. À direita, iPhone 11 Pro.

Não darei o veredito. Se não conseguir notar a diferença, é uma bênção! Claro, pense bem: você não vai precisar investir em uma câmera full frame e nem viajar com um equipamento que não cabe no seu bolso! Parabéns!

Aprendi em um país civilizado

Viajar é bom por isso.

Estava em um ambiente comercial onde tinham alguns pequenos restaurantes com poucas mesas em cada. Todos bem concorridos. Um lugar de passagem e não para ficar. Eu e minha família decidimos comer e optamos por um.

Naturalmente, como manda o hábito brasileiro, pedi para a Stela guardar uma mesa que acabava de vagar enquanto eu entrava na fila para fazer o pedido para todos. Na minha frente estava uma família de turistas alemães. Mas ao contrário da minha, estavam todos de pé, junto ao pai que já era atendido pelo caixa.

Depois de pagarem, com as bandejas em mãos, foram buscar lugar em uma das cinco mesas, mas todas estavam ocupadas com clientes almoçando, menos aquela em que minha esposa aguardava com as gurias. O alemão voltou ao caixa e reclamou que havia uma mesa ocupada por pessoas que não estavam se alimentado. O caixa foi até elas e pediu que a desocupassem. Tentaram, em vão, explicar que eu estava comprando a comida pra elas. Tiveram que levantar.

Não recordo de ter sentido antes tanta vergonha por ser brasileiro em uma viagem ao exterior. Me visualizei um homem de neandertal, um bicho selvagem, um cachorro que precisa garantir o seu antes que outro o tome.

Depois, comecei a reparar que em outros lugares públicos, bastante frequentados por turistas, havia um cartaz dizendo algo como “só pegue mesa após estar servido”.

Óbvio, é tão simples! É primário! Se uma família guarda lugar enquanto alguém se serve, ocupa a mesa por, pelo menos, o dobro do tempo necessário. É preciso um espaço físico duas vez maior em uma praça de alimentação para comportar pessoas mal-educadas como a gente. Você sabe quanto custa o metro quadrado em um shopping center, em um aeroporto? Poderia ser bem menos se agíssemos como gente civilizada e não como um cachorro que rosna para defender seu osso.

Hoje fui almoçar no Espaço Nave. Ótimo lugar! Excelente comida. Só havia ido lá à noite. Estava lotado devido ao clima bom deste feriado. Eles até tentam ao meio-dia que você se sirva antes de pegar lugar (afinal, são inteligente e cultos) — fecham a entrada do pátio e deixam apenas a do caixa, formando a fila para o buffet direto ali. Só que o brasileiro pensa como eu pensava. Ele manda alguém guardar assento e vai para a fila. Em situações assim, onde cada um precisa se servir de uma vez, é ainda pior. Primeiro vai um, depois o outro e, após, o segundo ainda tem que acabar de comer. Provavelmente, três vezes mais tempo do que o necessário ocupando uma mesa, que mesmo compartilhada, é concorrida.

Ainda temos que aprender muito como civilização e sociedade.

(Depois que escrevi isso, fiquei com a impressão de já ter feito um post sobre esse assunto, mas não encontrei.)

Obama no Brasil

Sabe quando você instala um software e ele te dá opções de língua? Alguns trazem “inglês americano”, “inglês britânico” e “inglês internacional”. Esse último é o que Obama utiliza em sua fala calma, tranquila e com palavras simples e bem escolhidas, para o mundo todo entender. Você até já sabe o que ele vai dizer — já viu dezenas de entrevistas. Mas estar diante desse grande homem do século 21 é algo que mexe com os campos magnético e gravitacional em sua volta.

Não importa, nesse momento em que ele aparece em sua frente — e na de outras 15 mil pessoas que estavam ontem no VTexDay em São Paulo —, se seu governo trouxe mais resultados para a economia americana, se seu projeto de saúde pública deu certo ou não. O real valor que esse homem deu — e dá — ao mundo é inspiração. Um negro, de origem simples, com um discurso tão humano e uma fonte de esperança e empoderamento para bilhões de seres do planeta.

Obama é um ícone eterno, um líder mundial (como todo presidente dos Estados Unidos é percebido). Mas para Barack, ser um líder não é ter mais conhecimento, saber decidir sozinho e ter as soluções para tudo. Um líder de verdade se cerca de pessoas que pensam diferente a ele e sabe fazer as perguntas certas para sua equipe de técnicos.

Barack Obama diz que teve sorte na vida. Teve sorte de ter uma mãe que fez de tudo para lhe dar a melhor educação que conseguiu e que o incentivou a não desistir das coisas em que acreditava. Então, sim, ele é um cara que chegou onde chegou também por uma questão de sorte. Quantos conseguem ter esse impulso valoroso?

Quando esteve no Brasil em outra oportunidade, disse que jogou futebol com crianças idênticas ao menino Barack, que queriam e pensavam as mesmas coisas que quaisquer outros. A educação é que faz a diferença. Não incluir, sob os âmbitos social, racial e de gênero, é perder muitos talentos. Não investir em educação (enxergando sob o viés capitalista) é perder mercado futuro, é descartar potenciais ideias inovadoras, é desperdiçar o maior capital que nos diferencia das máquinas: o intelectual.

As três horas de fila valeram a pena. Aliás, não foi pena alguma.

Sobre o Gauchão

1. Segundo a Wikipedia, o primeiro Gauchão aconteceu em 1919. Falhou alguns anos, mas em 2019 faz 100 anos que foi criado. Amigos futebolistas me disseram que não houve divulgação do fato. Ou seja, a mídia e a Federação Gaúcha perderam uma boa chance de valorizar a edição.

— Não me deixa na mão, Wikipedia!

2. Não mais de cinco vezes (as informações da Wikipedia não são muito precisas), o campeão não foi da dupla Grenal. Ou seja, a competição não passa de um campeonato porto-alegrense de futebol. Por isso, me pergunto, por que há tanta comoção em uma final entre Grêmio e Internacional. Será por falta de conquistarem algum outro título?

3. Sugiro, neste fórum democrático onde se apresentam todas as soluções dos problemas do mundo — a blogosfera —, que o paranauê seja o seguinte: anualmente, Grêmio e Internacional farão o maior evento do RS (o Super Grenal). Trata-se de uma disputa (ou duas, uma em cada casa) que atrairá os olhares dos gaúchos, paranaenses, mato-grossenses e tocantinenses (esses estados que foram povoados por gaúchos e que não têm time que os agradem). Amplamente coberto por rádio, TV, internet, a disputa decidirá qual torcida ficará de boca calada pelo próximo ano.

4. O Gauchão continuará acontecendo, mas agora sem a presença da dupla da capital, e o seu primeiro colocado irá disputar com o vencedor do Super Grenal. Assim, um time do interior terá a oportunidade de jogar uma final, vencer e, com os proveitos financeiros e de imagem conquistados, ter recursos para investir em sua estrutura e ter chance de se igualar aos primos porto-alegrenses.

5. Como toda opinião de merda na Internet, você não tem o direito de contestá-la. Mas se quiser, pode.