Denúncias de fraude em Promoção da Sky levam a nada

Participei de uma promoção da Sky no final do ano passado chamada “Minha Sky é Mais“. Consistia na produção e publicação de vídeos no You Tube sobre o tema “Por que minha Sky é Mais?” ou algo parecido. Acontece que houve tentativas de fraudar o sistema por parte de alguns participantes. E muitos foram vencedores da promoção. 3 ganhadores eram escolhidos pela votação popular nas “estrelinhas do You Tube”, em uma fórmula louca que fazia quem tivesse, por exemplo, apenas 1 nota 5 estrelas vencer quem tivesse 1000 notas 4 estrelas. Mas tudo bem. Eu não estou discutindo as regras. Para vencerem, alguns participantes bloquearam a possibilidade de notas para seus vídeos, deixando para abrir a votação apenas no último momento do prazo. Sendo assim, não haveria tempo para votos negativos. O You Tube é um sistema que não foi feito pra esse tipo de coisa. Mas vamos lá. Enviei o email abaixo para a organização da ação promocional que me respondeu prontamente e não distribuiu os prêmios até que uma auditoria esclarecesse os fatos. Hoje, entro no canal da promoção e está escrito que nenhuma irregularidade foi encontrada e que os vencedores originais sedrão premiados. Que pouca vergonha! Eu tinha enviado PROVAS!!!

Meu email na íntegra, com toda a explicação está aqui:

Estou escrevendo para denunciar erros (ou fraudes) nos resultados da promoção Minha TV É Mais.
 
O vídeo que tirou segundo lugar na votação do júri (http://br.youtube.com/watch?v=oWJH_msiqrw) fraudou o sistema, indo contra o regulamento que diz:  “Os vídeos participantes serão excluídos automaticamente em caso de suspeita de fraude ou no caso de violação das regras deste regulamento.”
Eu alertei vocês na ocasião em que autores de vídeos (inclusive deste que tirou segundo lugar) mudaram a configuração de seu perfil do seu vídeo no Youtube para que ele não pudesse ser votado e não ter sua nota reduzida. Mandei um print screen para vocês. A imagem, capturada dia 3/11, ainda está no endereço http://insightpublic.dnsalias.com/cuca/sky/fraudes/03.gif. Outras imagens de outros vídeos fraudulentos continuam no endereço http://insightpublic.dnsalias.com/cuca/sky/fraudes
 
O vídeo que tirou primeiro lugar na votação popular também foi denunciado por mim na ocasião por ter travado suas avaliações e, pasmém, continua com o recurso travado até agora!!! Como pode ter ganho? (http://insightpublic.dnsalias.com/cuca/sky/fraudes/02.gif)
O que tirou segundo lugar no voto popular também fraudou e eu alertei. Aqui está o print screen: http://insightpublic.dnsalias.com/cuca/sky/fraudes/06.gif
 
Os segundo e tereceiro lugares na votação é evidente que se valeram de recursos indevidos, como votação por proxy, visto que eles possuem mais avaliações do que a maioria dos vídeos mais vistos de todo o YouTube!!
 
Outra questão: o regulamento deixa claro que o participante assume a responsabilidade sobre o direito autoral e quaisquer outros bens juridicamente protegidos. Então, como podem ter sido premiados vídeos que mostram imagem de direito autoral reservado, como filmes, logomarcas alheias, artistas e etc??? O trecho do regulamento abaixo, comprova o que eu falo.
 
“O participante assume plena e exclusiva responsabilidade pelo vídeo enviado, bem como a titularidade e a originalidade do mesmo. E declara, que está autorizado a usar as imagens captadas, responsabilizando-se por eventuais violações à intimidade, privacidade, honra e imagem de qualquer pessoa, deveres de segredo, respeito à propriedade industrial, direito autoral e/ou a quaisquer outros bens juridicamente protegidos, eximindo a SKY de qualquer responsabilidade relativamente a tais fatos, aspectos, direitos e/ou situações.”
 
Gostaria que houvesse uma análise da sistuação e uma resposta de que atitude será tomada, caso contrário tomarei as vias legais para assegurar a legitimidade da promoção na qual o resultado, aparentememe fraudulento, está me  lesando.
 
Este email também está sendo enviado para a minha advogada e para o serviço de atendimento Sky.

Ai, Meu Deus

(só achei esta foto)

Minha filha perguntou qual era o nome daquele “estribo” que há nos carros para segurarmos. Fiquei louco para dizer “chama-se ‘puta-merda’, querida”. Minha mulher pressentiu a vontade crescendo dentro de mim e lançou imediatamente um olhar de reprovação. Com toda razão. Afinal, não é aconselhável falar palavrões para uma criança de apenas quatro anos. Pelos menos, não em vão. Para não desperdiçar a satisfação em dar uma resposta que me enchesse de alegria, não hesitei: “O nome disso é ‘ai-meu-deus’, filha. Sabe por quê? Quando se passa em um buraco, a pessoa agarra nessa alça e grita ‘ai, meu Deus!‘”.

Ontem, no carro, sentadinha atrás, ela alertou a mãe:

— Segura no teu ai-meu-deus, mamãe! — e constatou — Não tem “ai-meu-deus” aqui no meu lugar…

— Quando a gente for trocar de carro, prometo que compro um que tenha “ai-meu-deus” no banco de trás também.

— Se não tiver com “ai-meu-deus”, pai, pode ser com “puta-merda” também, tá?

Essa última frase inventei, é claro.

O Fim do Comércio Como Nós Conhecemos

Para uns pode soar pseudoprofecia ou arrogância. Para outros, é chover no molhado. O fato é que não é nenhum dos dois casos, pois muitos já discorreram sobre o tema. Porém, acontecerá de forma mais contundente e rápida do que se imaginava. O comércio tradicional – aquele das lojas populares dos centros das cidades – vai acabar. E não dou 10 anos. Minhas constatações começaram a vir à tona na véspera deste Dia da Criança, na procura por uma bicicletinha aro 16, de menina.

Saí de casa às 9h, para pegar menos tumulto. Na primeira loja que visitei, a atendente consultou o terminal para me fornecer o preço. Concordei e disse que ia levar. Para minha surpresa, o preço à vista não valia para cartão de crédito, apenas débito, cheque ou dinheiro. Tudo bem, até entendo. Aceitei. Na hora de emitir o pedido, o sistema não aceitou a transação. A mulher precisou consultar outro banco de dados, que indicava que o valor era 15% maior. Reclamei, ponderei, mas nada. “Não quero mais.” Virei as costas e fui embora.

Sou um consumidor assíduo de lojas virtuais há alguns anos. Desaprendi como é o corpo-a-corpo nas lojas físicas. Minhas experiências recentes com humanos vendedores têm se dado apenas em um nível acima – em shopping centers durante viagens, apenas. Ou seja, algo menos decadente e penoso que o frenesi paraguaiesco do comércio tradicional local.

Na próxima loja, o vendedor atendia a mim e a outra pessoa ao mesmo tempo. Depois de dar a vez várias vezes ao meu “oponente”, consegui saber o preço e formalizar minha intenção de compra. Para surpresa, a grande loja de departamentos não “estava aceitando” cartões de crédito. “Tchau pra ti”.

O Brasil já tem mais de 40 milhões de usuários de Internet. Tem a maioria absoluta dos cadatros no Orkut. Tem 30 milhões de contas de MSN, o maior número do mundo. As classes C e D aumentaram drasticamente sua participação nas compras on line no último ano, muito acima do crescimento nacional da rede no País. Existem 150 lan houses na favela da Rocinha, no Rio. No site de consulta de preços Buscapé, além da forma normal como mostra os resultados de uma busca, permite que o usuário classifique-os de outros modos. É claro que a ordenação mais solicitada é a por preço, mas a segunda, e muito próxima da líder, é a por valor da parcela. Precisa explicar que isso é a democratização da rede e do comércio eletrônico? Há uma geração inteira que nasceu com a Internet já estabelecida. É outra realidade de mundo. Eles não concebem mais que possa existir um computador sem Internet. “Ã? Como assim? Pra que serve um computador sem Internet? Não conheço ninguém que não tenha MSN!”

Como se não bastasse, estava chovendo e ventando, como a maioria dos dias por aqui. Andei mais umas três quadras e cheguei à terceira grande loja. As bicicletas estavam expostas na calçada. Acho que deve ser para concorrer com os camelôs que disputam também o espaço. A atendente, apesar de ser bastante simpática, só conseguia me informar os preços dos modelos que continham cartaz com o valor, dos outros não. Desses, eu não precisava. Sei ler. De repente, outro consumidor interrompe meu papo com ela para perguntar sobre um dos modelos. Aí, eu juntei todo stress acumulado até então e mandei ver:
– Ela está atendendo; a mim!
– Mas eu só quero saber o preço.
– Eu também. Pode esperar a sua vez, por favor?
– Mas estou com pressa.
– Eu também.
– Mas é só o preço que eu quero.
– Eu também e ela não sabe!
– Vou procurar outro vendedor.
– Faz muito bem.
– Palhação! – Ainda proferiu baixinho, de saída.

Quem é que em santa consciência vai encarar o trânsito caótico de uma grande cidade, pagar estacionamento (ou deixar o carro sob os cuidados de um flanelinha qualquer), caminhar na chuva, de loja em loja, pesquisando preços, sendo mal atendido, brigando por sua vez, para ter meia dúzia de opções de compra? Eu fiz isso, mas foi a última vez. Todos os vendedores que eu tive contato esta manhã eram totalmente despreparados para realizar uma venda. Não conheciam nada sobre o produto. Em todas as lojas, o acotovelamento, a disputa por um atendente, a bagunça e o desrespeito estavam expostos com requintes de barbárie; Mad Max.

É claro que o “palhação” sou eu mesmo. Fico até envergonhado por ter sido tão grosseiro na frente da moça, mas paciência tem limite. Ela descobre os preços não marcados e todos estão cerca de 50% acima dos que eu tinha visto em outras lojas. Pergunto se não tem modelos mais baratos. Ela não sabe. É claro. Me chama para um terminal, pega um folheto de ofertas da própria loja e descubro, olhando por cima do ombro dela, que há uma oferta mais interessante anunciada no encarte.
– E esta aqui?
– Ah, esta aqui não. Eles estão montando.
– Beleza. Melhor ainda. Posso levar montada?

Loja física vai ser para poucos. Serão chiques, com os melhores vendedores; aqueles que têm total conhecimento sobre os produtos – mestres prepotentes e cheios de si que adorarão mostrar que conhecem mais do que seus consumidores. Quem preferir este comércio VIP, irá pagar bem mais por isso. Será uma evolução do shopping center. O comerciozão vai ficar marginalizado, adotar o modelo camelô de ser e, se não morrer, no mínimo vai agonizar. Quem quiser sobreviver com qualidade vai ter que vender on line, para o país todo; para o mundo.

Ela sobe. Consulta alguém e volta.
– Pode sim.
– Perfeito, então. Vou levar.
– Só tem que esperar a montagem.
– Ok. Quanto tempo?
– Cerca de uma hora.
– Uma hora? Posso pegar de tarde?
– Tudo bem. Vou deixar reservada pro senhor.
Ela pega meus dados. Confirma que eu já tinha cadastro na loja (ufa!) e faz a reserva. Quero só ver quando eu voltar à tarde.

Vota em Mim

Pessoal,

Estou participando de uma promoção da Sky.
Fiz um vídeo e preciso do seu voto.
Para colaborar (se você gostar do vídeo é claro – eheheh), basta assistí-lo até o final e dar uma nota alta pra ele (não menos do que o máximo, por favor – ehehe). Tem menos de 1 minuto. É indolor!

http://www.youtube.com/watch?v=WHg-mhn-b5s

Se quiser ver os demais concorrentes, aqui:
http://www.youtube.com/promocaosky

Valeu

No Que Tu Tá Pensando?

— No que tu tá pensando?
Ela se deita de bruços, esconde o rosto e dá uma risada como quem diz “como é que ele sabe que eu tô pensando?”
— No que é que tu tá pensando? — Repito.
— Tô pensando que eu vou crescer.
— É? — Me encho de orgulho que minha filha de 3 anos já está “pensando na vida”.
— É.
— E o que é que tem “quando tu crescer”?
— Quando eu crescer eu vou ser uma bailarina.
— É? Queres ser bailarina?
— É. E depois, quando eu crescer mais, quero ser que nem vocês dois.
— Tu não gosta de ser criança?
— “Criança” que nem o Miga? — Miga é o Miguel, primo de menos de dois anos.
— Tu acha que o Miga é criança?
— É. Ele é bem pequeno.
— E tu não é?
— Eu quero ser grande — desconversa.
— E eu quero ser criança — contraponho.
— Eu gosto de ser criança também, mas eu quero ser grande.
— Os adultos querem ser crianças e as crianças querem ser adultos.

Ela fica pensativa de novo.

— Filha, olha só. Quero te dizer uma coisa.
— Ã…
— Sempre que tu quiser, mesmo depois de ficar grande… Sempre que tu quiser conversar sobre a vida, o pai vai estar sempre aqui pra falar contigo, tá?
— Tá bom.

Naninha Vivo

Meu afilhado tinha um naná. Alguns chamam de naninha. Era uma fralda com cheiro de baba, imprescindível para dormir, tomar mamadeira e secar o choro. Nunca entendi. O Charlie Brown tem o cobertor. Acho que era mais ou menos a mesma coisa. Não lembro de eu ter algo assim. Minha mãe nunca falou a respeito.

Pois a Malu, minha filha de três anos e meio, não tem nada disso. Sempre se mostrou bem madura com relação a bebezices. Chupeta a gente só ofereceu porque a avó insistiu muito, dizendo que ajudava a acalmar. Foi bom. Principalmente, porque antes de fazer um ano de idade (pelo que me lembro) ela disse que não queria mais e deixou de lado. Enjoou, vai ver. “Que maravilha” — pensei. “Segura. Dona de si.” E eu que não consigo nem largar o meu Toddy matinal?

Mas outro dia me dei conta que ela tem o seu naná improvisado. Trata-se do cabelo da gente. Sempre quando vai tomar sua dedê (mamadeira, para os íntimos), ela precisa fazer um tipo de cafuné em cabelo alheio. Sua lista de preferências começa pelo da mãe. Se não estiver disponível pode ser o da Raquel. Em última opção, é claro, vem o meu — que já é escasso na frente e eu só deixo puxar dos lados ou atrás. Fico me retorcendo para que ela pegue no lugar permitido. A guria fica em êxtase, como se tivesse fazendo uso de uma droga qualquer. O olhinho fica metade fechado, a respiração tranquila. Ela tem controle total da quantidade da dose que precisa — neste caso, é medida pelo tempo e não pelo volume de leite. Quanto mais ela quer ficar “se chapando” mais lento torna o fluxo.

Talvez o naná da minha filha seja mais problemático do que os convencionais, porque faz parte do nosso corpo. Imagina a gente dirigindo, tendo que se curvar de modo com que ela consiga puxar nossos cabelos do banco de trás do carro? Tenho que dar um fim nisso antes que seja tarde, ou arranjar uma peruca para ela levar dependurada.

Mas é um carinho muito gostoso. Acho que é melhor ficar velhinho e continuar sentindo a mãozinha dela no meu cabelo (ou careca) enquanto toma uma xícara de café com leite (ou Toddy).

Cabelo

A melhor parte de cortar o cabelo no mesmo salão da minha mulher era a hora de lavar a cabeça. Beldades “macias” massageavam meu couro cabeludo, minha nuca, como um cafuné quase maternal. Pois, de uns três cortes para cá, a encarregada dessa tarefa mudou. A nova parece aquelas governantas ou enfermeiras alemãs que usam em filmes para dar a entender que o paciente “se deu mal”. Ela puxa meu cabelo com força, empurra, aperta, esfrega. É praticamente uma agressão. Tenho certeza que o serviço fica muito mais bem feito pela Inga, porém não é exatamente a limpeza que faz a diferença pra mim. Ainda por cima, na última vez, a indelicadeza ultrapassou a barreira física e invadiu a psicológica. Fräulein começou a discorrer sobre minhas deficiências capilares. Era possível imaginar perfeitamente o sotaque alemão: “que ‘fininha’ seu cabelo”; “faz tempo que tu tem essas ‘entrrradas’?”; “tem quase nada aqui em cima, ã?”. Ah, sai fora, Frida!

Cara, Cadê Meu Carro?

– SuperSom, bom dia.
– Bom dia. Eu gostaria de saber se o meu carro está pronto.
– Qual é o seu carro?
– Um Clio prata.
– Err… Qual o seu nome?
– Daniel.
– Só um instante.

Vem outra atendente:
– Alô.
– Oi. Gostaria de saber se o meu carro está pronto.
– É um Clio prata?
– É.
– Qual o seu nome?
– Daniel. Moreira.
– Que serviço era?

E eu ficando nervoso já.

– Som, vidro, trava, alarme…
– Se lembra da placa?
– Não. Peguei o carro ontem. Não decorei.
– Clio prata?
– É.
– Não seria um Corsa prata?
– Putz!! É mesmo, desculpa. Ehehe. É um Corsa prata.
– Fica pronto às 15h.
– Obrigado. Eeheheh

Reza

Rezou porque estava abalado. Nunca se sabe quando algo vai bater forte. Rezou porque o inexplicável, o inacreditável e o improvável acontecem a toda hora, mas, quando perto, é mais fácil de entender que poderia ter sido com a gente. Isso assusta. Rezou para que tenha sido tranquilo, belo e sublime. Não acreditava que não fosse. Toda a dor, por maior que venha, deve reverter nessa hora.

Quem vai não sofre mais do que quem fica. Rezou por isso também.

Se rezou para pedir por algo que já aconteceu não ter sido uma experiência ruim, é prova que o tempo nada mais é do que um detalhe, uma dimensão, um aspecto da vida. Se rezou, por que não crer também que o passado é só uma peça que ainda pode ser movida? Tudo é possível para quem reza. Rezou do jeito dele; que sabia.

Rezou por quem ficou. Por quem precisa de serenidade e superação. Rezou não sabe bem para quem. Para o deus que estivesse de plantão na hora. Para o deus dentro dele.

Rezou porque não havia mais nada que pudesse fazer.