Texto minha mulher, Stela, sobre nossa filha, Malu.
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Existem várias fases marcantes para uma mãe no desenvolvimento dos filhos. Lembro quando a Malu fez 10 meses e começou a ficar mais independente, se locomover sozinha, fazer suas próprias escolhas. Fiquei um pouco chocada porque percebi que ela era, realmente, um ser à parte de mim. Senti como um segundo parto; minha filha de deslocando do meu espaço físico. Depois teve a fase dos 3 anos. Mais comunicativa, interagia, conversava, “trocava ideia”. Aos 5, com a formatura do pré-escolar, chorei pela primeira infância se acabando, e logo pensei que a minha princesa estava deixando uma das fases mais lindas da sua pequena vida.
A partir dali fiquei aguardando a chegada dos 7, quando, imaginei, outro grande salto aconteceria. Só que ontem, me vi tão apaixonada pelos 6 anos da Malu que fiquei surpresa e feliz em reconfirmar que, felizmente, cada nova fase na vida de uma criança nos traz ainda mais novidades. O rostinho dela está inegavelmente diferente. Não é mais tão redondinho, começa a perder as formas mais infantis. O corpo também já demonstra as primeiras mudanças.
Mas o mais evidente, são as mudanças de comportamento. Não sei bem o quê, mas em determinadas horas ela faz gestos, expressões, colocações que mostram que já está mais atenta ao mundo adulto. Mesmo que brinque, salte, pule feito uma macaquinha. Às vezes, olha para a irmã de 2 anos com aquele olhar de compreensão e admiração que só os mais velhos possuem. Não é uma atitude de compartilhar, de rir da mesma brincadeira, é de admirar e perceber o quanto a irmã dela está crescendo. No banho, ao comer, ao arrumar suas coisinhas. Já é um pequeno adulto em busca de seu espaço. E, surpreendentemente, me senti fascinada e feliz por estar feliz em ver minha filha crescendo. Diferente de tantas vezes em que desejei que ela fosse para sempre pequena e minha, fiquei a criar e imaginar como ela será no futuro. Quanto ela ainda me surpreenderá? Como será cada nova fase?
Adoro tê-la ainda em meus braços, mas vejo que cada vez mais meu colo fica pequeno. E assim, conforme ela cresce, vamos também aprendendo a trocar novas formas de carinho, a nos amar e perceber que nessa relação ainda somos jovens aprendizes.