Ah, o cocô nosso de cada dia!

Entre manter um baldinho de merda no banheiro ou correr o risco de entupir o vaso sanitário, eu prefiro a segunda opção. Entre ter que recolher diariamente papéis cagados do baldinho de merda ou assumir o risco de entupir a privada, eu fico com a segunda opção. Entre milhares de papeizinhos cagados voando pelo ar em um aterro sanitário, da lixeira revirada por cachorros em frente a minha casa, do caminhão de lixo, até, ou arriscar de entupir a latrina, eu continuo, mesmo, com a segunda opção.

Há, pelo menos, 23 anos eu coloco papel higiênico no vaso. Estou na terceira casa, desde então, sendo que em uma delas eu morei por 16 anos. Somando todos os meus lares, se tive 5 entupimentos, foi muito. E nada que eu mesmo não resolvesse em 2 minutos. O papel se decompõe muito mais rápido na água do que na terra ou no ar. É muito mais ecológico do que mandar os seus “envelopinhos carimbados” para ficarem voando em um lixão, caindo em qualquer lugar e poluindo, não só visualmente, o meio. É claro que não aconselho a todo mundo que coloque papel em seu vaso se a bitola de seu (calma, não vou falar besteria)… … se a bitola do encanamento do seu banheiro foi subdimensionada. Mas aconselho, sim, que, ao construir, dêem atenção ao correto diâmetro das tubulações para que elas permitam esta prática muito mais higiênica e ambientalmente menos nociva. Aconselho também que condicionem seus intestinos a liberarem-se, diariamente, no horário antes de um banho, o que facilita muito e garante um bom acabamento na limpeza; que gastem a quantidade mínima de papel para fazer um serviço bem feito, prefirindo despender maior volume de celulose mandando cartas para os amigos distantes, desenhando com giz, nanquim, lápis, escrevendo diários, ou fazendo qualquer outra atividade com um pouco mais de glamour do que limpar a bunda com uma quantidade enorme de papel. E não me culpem! Eu não gastei nenhum centímetro de papel para escrever isto. Ah! E, antes que alguém levante a mão amarela para me acusar, eu não tenho a bunda nem os dedos sujos! :)

(Se alguém souber de algum aspecto técnico que eu desconheça, por favor, deixe-me saber.)

Aliás… – A Acústica dos Palcos de Pelotas

Vitor Ramil começa a cantar com a Orquestra de Cãmara do Teatro São Pedro – no Theatro Guarany. Eu só consigo pensar em como o som está pior do que o de 10 dias atrás.

Aliás, o som está ruim mesmo. Aliás, eu nunca presenciei um bom som no Guarany. Aliás, por caonta do som, Titãs foi horrível. Djavan foi médio. Adriana Calcanhoto eu estava mal posicionado.  Los Hermanos foi ridículo. 14 Bis foi legal por causa de uns fãs enlouquecidos que estava na minha frente (não lembro do som). Ed Motta foi sonolento (não lembro do som). Aliás, aliás.

A apresentação de Vitor com Paulinho Moska no Salão de Atos da UFRGS foi sensacional. Acústica perfeita, entrosamento (espontâneo) perfeito. Som simplesmente sem ressalvas. (Aliás) surpreendente, pra quem não está acostumado com as boas salas da capital. Eu só havia presenciado um som tão bom quando vi o Djavan no Teatro do Sesi – outro espaço onde a acústica beira à perfeição.

Mas eu não sou conhecedor de acústica para realizar uma análise profunda, (aliás) nem uma de qualquer tipo. Não sei se o problema se deve à estrutara inapropriada do Guarany, ao equipamento ou à inabilidade de ajustá-lo às peculiaridades do teatro. Talvez os dois. É bem provável que o som de retorno de palco também não estivesse bom, pois foi a primeira vez que percebi Vitor Ramil errar e até semitonar. E olha que eu sou perito em semitonar :). Foi uma pena. A gente só se dá conta das deficiências da nossa cidade quando compara. E a comparação, neste caso, estava tão latente na minha cabeça que era quase impossível se entregar à música da mesma forma com que estive absorto 100% no dia 3, em Porto Alegre.

Como foi o show de Vitor com a OCTSP (se é que a sigla é esta)? A resposta é: Vitor é um excelente cantor, instrumentista e compositor e a Orquestra é sublime. Fora isso, eu quero ver de novo Paulinho Moska e Vitor Ramil.

Problema de organização virgiânica

Seus usuários de iTunes!! Seus macqueiros. Me ajudem, por favor.

Eu me rendi ao iTunes, até por causa do iPod. Me rendi também ao fato dele organizar por si só as músicas em pastas, de acordo com o preenchimentos dos tags de cada mp3. Me rendi também à pasta ridícula “Minhas Músicas” do Windows. Ou seja, basta eu organizar os tags e o iTunes cria pastas e coloca os mp3 nos lugares certos. Agora, alguém tem a solução para quando uma música é interpretada por mais de um artista, mesmo que esteja presente no álbum de um só? Nunca enfrentaram este problema? Por exemplo, a música “Candy”: eu gostaria de cadastrá-la com os artistas “Iggy Pop & Kate Pierson”, para quando eu buscar, no iTunes, por um ou outro nome, ela aparecer. Só que aí, o iTunes cria uma pasta Iggy Pop & Katie Person e priva a música “Candy” do convívio com as demais do mesmo disco do artista “Iggy Pop”. Pesquisei na Internet e só achei gente perguntando, perguntando, mas ninguém dando solução. Tem indiano de cara com a Apple, pois parece que a maioria das músicas na Índia é interpretada por mais de um artista e o país representa uma boa fatia do mercado de iPods. Abaixo, o depoimento que me inspirou a questionar isso aqui.

“Another thing is that when a track has more than one artist, how the hell do you tag it? WMP9 accepted artist names spaced by ;. So you’d go ‘Seal; BB King’ for instance. That way it would place the track under both artists in the database. iTunes doesn’t do this, and I haven’t been able to figure out if it even deals with this issue. Any Mac people have a solution for this?”
http://binarybonsai.com/archives/2003/10/19/organizing-electronic-media-today/

Divide a pizza em 12 que estou com fome

Casal A esperou 45 minutos pelo casal B em uma pizzaria (40 minutos após a hora combinada). Casal A já está acostumado com atrasos do casal B.

Como se nada tivesse acontecido, macho do casal A, educadamente, oferece o cardápio para que o casal B escolha o sabor da pizza. Fêmea do casal B, decidida, mesmo antes de consultar o menu, manifesta preferência pelo sabor Tomates Secos com Rúcula. Casal A concorda prontamente e estão prontos para fazer o pedido. Macho do casal B pergunta: “Tá, mas só um sabor? Quantos sabores dá pra pedir na pizza grande? Não são três? Não querem escolher outro? Escolham outro aí, vai!”. O macho do casal A diz que não; que concorda com o pedido da fêmea do outro casal. Macho do casal B insiste: “Mas eles fazem com três, vamos aproveitar!” Macho do casal A aconselha que ele, então, escolha um segundo sabor, mas percebe que ele não sabe o que quer; pensa, pensa e, mesmo sem desejar realmente outro sabor específico, define um queijo com alguma coisa. Ainda resmunga que dá para escolher um terceiro sabor, mas o macho do casal A apressa-se a chamar o garçom para acabar com o dilema de uma vez por todas e, tomando dianteira, ordena ao atendente: “Faz dois terços com ‘tomate seco’ e um terço com ‘queijo com alguma coisa’. O macho do casal B interrompe: “Não, faz meio a meio”.

São três pessoas que estão definidas que querem de tomate seco e nenhuma que quer o queijo com alguma coisa. Macho do casal A exalta-se, comportado e sorridente, e diz: “A parte que me cabe eu quero de tomate secos com rúcula”. Mas o macho do casal B não entende a ironia e interfere: “Não, traz meio a meio”.

O cara que inventou que uma só pizza poderia conter várias nunca imaginou que as pessoas se obrigariam a escolher mais de um sabor mesmo sem ter vontade. Tem quem peça tanto sabor na mesma pizza que fica gente na mesa sem conseguir comer mais que um. Vai entender.

Outubro Tá Aí

Este Brasil não merece a torcida e a lágrima de ninguém. Este Brasil é a síntese da incompetência de todo um país. Este Brasil é o Brasil que a si mesmo exalta e que na verdade não é o melhor do mundo na música, na dança, na criatividade. Este Brasil que se auto-intitula o melhor em tudo, não tem as paisagens mais lindas do mundo, não; não tem as mulheres mais lindas do mundo, não. Por que insistem em impor isso pra gente? Por que a mídia faz isso? Este Brasil é o Brasil fracassado, arrogante e ufanista. É o Brasil que se acha melhor do que os outros mas que de fato, pensando assim, só consegue ser o pior; o mais incompetente, preguiçoso e vagabundo. Enquanto não mudarmos nossa forma de pensar seremos sempre este paisinho de merda. Este Brasil não merece a torcida e a lágrima de ninguém. Perdemos, de novo, para a competência de uma nação na qual devemos nos espelhar. Eu só não vou sair com a minha camiseta da França na segunda-feira, porque eu tô torcendo para o eficaz Felipão e seu Portugal. Parabéns ao Lúcio, pela sua eficiência e jogo limpo.

Conte Até Dez

Conte até dez:

– quando te fazem esperar;
– quando deixam uma meia fatia de queijo no pote;
– quando deixam meio pacote de miojo no armário;
– quando deixam metade de um paozinho de 50g no saco;
– quando os assuntos são sempre os mesmos, como sobre o tempo;
– quando não respeitam as suas coisas;
– quando não prestam atenção no que você fala;
– quando fingem prestar atenção no que você fala;
– quando não captam o real significado daquilo que você fala, entendendo outra coisa totalemente imbecil e superficial, mas concordando com ela tão veementemente que você fica constrangido só pela possibilidade de que tenham imaginado que esse segundo significado possa ter sido sua real intenção;
– quando não te deixam falar;
– com pessoas que se assustam por qualquer coisa dando pulos e te assustando mais do que o fato em si;
– quando não enroscam ou não prendem firmemente a tampa de algum recipiente, tornando a embalagem apta a despencar de sua mão no momento que agarrá-la;
– quando um convidado vai a sua casa e passa o tempo todo falando mal das suas coisas, seus gostos e seus hábitos, no mesmo momento em que você, reciprocamente, tem tanta coisa para ser dita mas, por educação, não diz nada;
– quando não é você que está com o controle remoto;
– quando pessoas usam resolução baixa no monitor, mesmo podendo usar maior;
– quando as pessoas não agem de acordo com o que dizem achar correto, justificando com um “não faço porque ninguém faz”.

Conte até mil.

Tampão

Estou dormindo com tampões de ouvido. É uma maravilha. Adotei esta prática porque, depois que a Malu nasceu, reduzi drasticamente o meu tempo de sono e a qualidade do mesmo. Para quem acordava 10 vezes durante a noite por qualquer barulhinho que fosse, despertar somente umas 2 ou 3 é uma vitória. Só não posso usar aqueles tipos com cordõezinhos para não correr o risco de me enforcar :) O que uso é um tecnicamente “descartável” que uma companhia aérea forneceu em uma viagem. Mas ele é muito bom, pois é feito de um tipo de esponja mais maciça que, quando comprimida, leva algum tempo para voltar até seu estado natural. Então, pressiono a ponta do “plug” e introduzo no ouvido. Lentamente o material vai se expandindo até tomar a forma de meu pavilhão auditivo.

É mais ou menos como este da foto, só que branco e totalmente cilíndrico – o que funciona melhor na hora que ele tenta voltar ao estado original, depois de pressionado, preenchendo as curvas de meu ouvido.

No fio da navalha

Há alguns anos atrás, a Stela me convenceu a cortar o cabelo no mesmo “salão” que ela. Desde os 13 anos de idade eu cortava com o Ari, no Salão Pará. O Salão Pará, na época que eu frequentava, ficava na Sete, a poucos metros do Aquário. Depois, passou por algum outro lugar que eu não me lembro, até estabelecer ponto na Osório, entre Neto e alguma coisa. O fato é que o Ari era um facão. Meu cabelo é horrível e o corte dele atrapalhava mais ainda. Além disso, nunca tínhamos assunto. O papo lá dentro era sempre futebol e eu não sou chegado na bola. Uma vez tentei puxar assunto sobre Fórmula 1 e obtive somente um evasivo “ah, é” como resposta. Fórumla 1 não deveria ser um tema muito macho para um salão de barbeiros, sei lá. Apesar que a porta do Pará sempre exibia em letras até bastante floreadas o tradicional dizer “unissex”. Nunca vi uma mulher lá dentro, a não ser para fazer as unhas dos senhores – senhores da época em que nem se ouvia falar em metrosexuais. Hoje, eles nem devem mais ter esse cuidado manicurístico com medo de serem enquadrados em tal denominação de masculinidade tão pouco incisiva. Mas no Pará eu nem marcava hora; só chagava. Se o Ari não pudesse me atender eu dava uma volta no centro, ia na Studio CDs e pronto. Logo ele já estava livre. Já no novo hair-design-fashion-studio é preciso marcar hora, mesmo que você acabe esperando um tempão. Mas não sou eu que ligo pra agendar – imagina um cara macho como eu ligando para marcar hora num lugar assim. Quem marca sempre é a Stela ou a secretária da agência, a Elisa. Afinal, isso não é tarefa pra homem. O estranho é que no meu novo salão eu tenho assunto de sobra com o cabeleireiro, seja sobre minha filha, propaganda, filmes, xampus, etc. A bicha tem um bom papo e, desde quenão esteja dando em cima de mim, estou totalmente satisfeito. Mas o melhor do salão é quando uma loirinha peituda lava o meu cabelo. As vantagens são grandes.

Neste momento, estou eu, aqui, num salão fashion, com a cabeça molhada, toalha no pescoço, esperando ser atendido pelo hair designer de preferência de minha esposa, aproveitando para escrever este post no meu celular. O meu sonho de consumo é que a Stela faça um cursinho de tesoura e corte o meu cabelo no banheiro, eu sentado no vaso, nu, na minha própria casa, como minha mãe faz com o pai até hoje. Neste caso, colocarei a foto de uma loira peituda na porta do banheiro, só para incrementar o marketing de relacionamento.

Rolling Stones

Meu sogro tem 75 anos e está na minha casa:

– 1 milhão de pessoas? Tem que ser muito boa a música deles.

Minha resposta ao Seu Nesello foi a de que as pessoas não vão lá para ouvir boa música. Eles são a segunda banda mais importante depois dos Beatles, só que os Beatles não só acabaram como morreram. Não há mais possbilidades nem de uma última turnê mundial. Então, sobra os Rolling Stones – uma banda que toca junto há 40 anos e não pretende parar nos próximos 20. Quem foi ao show o fez (1) porque era de graça, (2) porque gosta de uma festa ou (3) porque tinha alguma teoria sobre aglomerações, multidões, e precisava fazer alguma experiência nesse sentido. Garanto que 95% de quem estava ali não sabe cantar mais de um verso de qualquer música deles – “Satisfaction, and I die, and die…” Sim, eu vi cantarem isso. Fã mesmo, talvez vá ao show em Buenos Aires, muito mais tranqüilo e com maiores possibilidades de se aproveitar o evento.

O fato é que Rolling Stones é um pé no saco. Pelo menos os “clássicos” que eles têm que tocar nesse tipo de show. Eu fiquei vendo e gravando até o final. Que sono! Mick Jagger tá em boa forma e canta legal. Os guitarristas parecem nunca terem ensaiado juntos. Eles sabem que a música que irão tocar é rock’n’roll e mandam brasa. Ninguém combinou nada com ninguém. Outra constatação é sobre a forma física dos músicos. Os únicos bem na foto são os próprios Rolling Stones, o resto são uns tios gordos. Serão as drogas, o cigarro, o whisky?

Meu sogro quer aprender a tocar violão.